segunda-feira, setembro 20, 2010

Novidade e mérito

Uma citação de Barzun que reencontrei na primeira versão do Divagações. Sempre vale a pena citar o centenário historiador franco-americano, então tomo a liberdade de me repetir:


“Com uma atmosfera saturada de relatos de achados científicos contrários ao senso comum; poemas e peças e pinturas ‘que são expressões do nosso tempo’, na verdade enigmas sem uma pista; teorias críticas a nos ensinar que os significados superficiais são uma fachada e que só os ocultos realmente importam; ou ainda, que não havendo intenção por parte do autor, não há qualquer significado distinguível na obra; enfim, leis e regras que nos enredam em situações fantásticas (...) — tantos encontros diários com o absurdo o tornaram parte da nossa mobília mental regular. (...) Qualquer doutrina ou programa que reclame o mérito de ir contra o senso comum já tem uma presunção a seu favor — uma grande descoberta se anuncia. Enquanto antigamente o seu proponente seria considerado um charlatão, hoje ele é o portador da novidade e da luz.”

Jacques Barzun, “From Dawn to Decadence”, pp. 757-758 (grifo meu).

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