sábado, junho 26, 2010

Política de vanguarda

Parece que Obama vem tendo dificuldades para se fazer entender por seu eleitorado...

sexta-feira, junho 25, 2010

Um filmaço


Homem-Aranha encontra American Pie, Kill Bill e Pulp Fiction. E fica terrivelmente bom!

quarta-feira, junho 23, 2010

A tirania da beleza e o efeito contraste

Em um mundo em que constantemente somos bombardeados com imagens de pessoas muito atraentes (de fato ou com ajuda) e fora de nosso alcance (a menos que você seja empresário ou celebridade), ainda seremos capazes de dar valor à beleza "comum"? Este artigo sugere que, para muitos de nós, talvez não. E eis que uma acusação comumente feita à pornografia -- que acostuma seus consumidores a altos níveis de excitação com os tipos mais extremos de fantasia -- chega agora à estética: http://www.psychologytoday.com/articles/200107/why-i-hate-beauty.

Morre enfermeira da 2ª Guerra de famosa foto de beijo na Times Square

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/755717-morre-enfermeira-da-2-guerra-de-famosa-foto-de-beijo-na-times-square.shtml

23/06/2010-10h35

DA REUTERS, EM LOS ANGELES

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Uma enfermeira que ficou famosa por uma foto na qual aparecia beijando um marinheiro norte-americano na Times Square de Nova York em 1945, comemorando o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), morreu aos 91 anos, informou sua família nesta terça-feira.

Peter Foley/Efe
Edith Shain segura foto famosa ao lado de estátua que reproduz o beijo na Times Square, em NY
Edith Shain segura foto famosa ao lado de estátua que reproduz o beijo na Times Square, em NY

A foto do V-J Day (Dia da Vitória sobre o Japão) de Edith Shain vestida de branco pelo fotógrafo Alfred Eisenstaedt registrou um momento épico na história dos EUA e se tornou uma imagem icônica, marcando o final da guerra após ser publicada na revista "Life".

A identidade da enfermeira na foto não ficou conhecida até o final dos anos 1970, quando Shain escreveu ao fotógrafo dizendo que ela era a mulher da foto tirada no dia 14 de agosto, na época em que trabalhava em um hospital da cidade de Nova York.

A identidade do marinheiro continua controversa e desconhecida.

Desde então, a foto também marcou a vida de Shain, pois a fama conquistada lhe trouxe convites para eventos ligados à guerra, como colocar grinaldas em túmulos, participar de paradas e outros eventos comemorativos.

"Minha mãe sempre estava disposta a enfrentar novos desafios, e cuidar dos veteranos da Segunda Guerra Mundial lhe dava energia para aceitar outra chance de fazer a diferença", disse seu filho Justin Decker em comunicado.

Shain, que morreu em sua casa de Los Angeles no domingo (20) deixa seus três filhos, seis netos e oito bisnetos.

domingo, junho 20, 2010

O tempo e o amor reconciliados

De uma visita a Andrew Sullivan:

Epithalamium


Without silence there would be no music.
Life paired is doubtless more difficult
than solitary existence -
just as a boat on the open sea
with outstretched sails is trickier to steer
than the same boat drowsing at a dock, but schooners
after all are meant for wind and motion,
not idleness and impassive quiet.

A conversation continued through the years includes
hours of anxiety, anger, even hatred,
but also compassion, deep feeling.
Only in marriage do love and time,
eternal enemies, join forces.
Only love and time, when reconciled,
permit us to see other beings
in their enigmatic, complex essence,
unfolding slowly and certainly, like a new settlement
in a valley, or among green hills.

In begins from one day only, from joy
and pledges, from the holy day of meeting,
which is like a moist grain;
then come the years of trial and labor,
sometimes despair, fierce revelation,
happiness and finally a great tree
with rich greenery grows over us,
casting its vast shadow. Cares vanish in it.

Adam Zagajewski.

"Compression of Time"

Nenhuma linguagem pode dizer tanto e de forma tão sucinta quanto a música. Por isso mesmo gosto tanto, sobretudo de trilhas sonoras -- são pura emoção em notas. Esta, um remix de um tema de Final Fantasy VIII, já citado no vídeo do post anterior sobre arte e videogame, me deu alguns minutos de intenso prazer hoje com sua mistura de melancolia, expectativa e lirismo. Compartilho com vocês.

A autoria é de Stephen Kennedy, e o tema original é do brilhante Nobuo Uematsu.


sábado, junho 19, 2010

Videogame como arte, uma vez mais



É como eu digo: videogames são uma arte, sim, ou, pelo menos, uma atualização do que deve ser a mais antiga de todas as artes: o contar histórias. É preciso nunca ter tido a experiência de um bom jogo para não entender isso. Mas não importa: esse esnobismo intelectual de Roger Ebert sempre se manifesta diante de qualquer novidade, seja a TV, um novo gênero de música ou o cinema. Rejeita-se com base em abstrações altamente subjetivas, uma exaltação ao que já se conhece, visto como profundamente enriquecedor, e rejeita-se o resto. Ora, convenhamos, o que faz a arte é sobretudo sua aceitação social como tal -- e sujeitos como Ebert fazem disso o seu ganha-pão. Afinal, com uma certa predisposição socialmente criada, a contemplação de uma formiga pode ser esteticamente enriquecedora -- ao contrário, e aqui é só minha opinião pessoal, quase tudo que vejo por aí ocupando espaço em galerias de arte contemporânea. Porém, é fato que a boa arte também cria tais experiências quando a gente menos espera -- e aí resta decidir se é a obra em si que realmente é capaz desse efeito, ou se se trata de alguma coisa em nós. Seja como for, da mesma forma como romances tais como Guerra e Paz marcaram gerações passadas como uma experência de fôlego, hoje o mesmo se dá também (e não só) com filmes e, de forma provavelmente mais intensa, também com jogos. Afinal, uma boa história -- penso aqui, por exemplo, em títulos de roteiro marcante como Metal Gear Solid ou Final Fantasy -- podem despertar no jogador uma sucessão de estados emocionais e até insights filosóficos da mesma ordem que um livro. Naturalmente, são linguagens diferentes com características muito próprias -- mas é realmente possível dizer que uma é arte e a outra não? Se o efeito que produzem nos seus... digamos "experimentadores" não é para ser levado em conta, então qual o critério? A pretensa autoridade subjetiva de ranzinzas profissionais como Ebert, supostamente mais habilitados a julgar a habilidade de terceiros?

Não importa muito. Ebert e outros como ele serão esquecidos, como os críticos da TV e do cinema já foram. Enquanto isso, o videogame é cada vez mais parte do cotidiano de gerações e está em vias de ganhar a respeitabilidade necessária, tão logo a atual juventude, que cresceu com Pac Man e Zelda, tiver assumido o topo da escala de prestígio cultural hoje ocupado por seus pais quase aposentados. Daqui a vinte, quiçá trinta anos, e um artigo como o que segue será redundante: ninguém mais precisará de livros para dizer o que será parte do senso comum.

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Inside the Box

Video games have created what must be the biggest generation gap since rock ’n’ roll. Sure, a generational rift of sorts emerged when the World Wide Web showed up near the end of the last century, but in the case of the Web, the older cohort admired and tried to emulate the younger crowd, rather than looking down on them with befuddlement or disdain. With games, a more traditional “Get off my lawn” panic has reared its head.

Illustration by Lasse Skarbovik

EXTRA LIVES

Why Video Games Matter

By Tom Bissell

218 pp. Pantheon Books. $22.95

Multimedia

Related

Take Roger Ebert, one of the most outspoken voices on the fogy side of this divide. In April, Ebert enraged a good portion of the Internet with a post titled “Video Games Can Never Be Art” on his Chicago Sun-Times blog. (To which one games blogger offered the rejoinder “Art Can Never Be Video Games.”) Acknowledging that “never” is a “long, long time,” Ebert wrote, “Let me just say that no video gamer now living will survive long enough to experience the medium as an art form.”

Ebert was restating a claim he made five years ago that “no one in or out of the field has ever been able to cite a game worthy of comparison with the great dramatists, poets, filmmakers, novelists and composers.” And he’s right about that, for now. But I would happily accept a wager, and I imagine Tom Bissell would, too. Almost 30 years ago,Martin Amis wrote a book called “Invasion of the Space Invaders,” now out of print, about the dawn of the arcade era of video games — which Bissell nods at in the very first sentence of his new book, “Extra Lives: Why Video Games Matter.” A mere blink of an eye later, video games (at least the kind Bissell is interested in) have evolved into ambitious works of narrative fiction. They are not yet, granted, what we would regard as literary fiction, but that’s one reason Bissell wrote this book. (Of early game designers he writes, “These men’s minds were typically scattered with the detritus of Tolkien, ‘Star Wars,’ Dungeons and Dragons, ‘Dune’— and that was if they had any taste.”)

Bissell was born in 1974, which puts him on the cusp of gaming’s generational divide. That transitional position affords him a perspective not unlike — if you’ll indulge the grandiose analogy — that of Tocqueville or McLuhan, figures who stood on the bridges of two great ages, welcoming the horizon while also mourning what the world was leaving behind. Bissell sees video games with open eyes. His book is about the profoundly ambivalent experience of playing them — close readings (close playings?) mostly of big-budget action and science fiction titles for consoles like the Xbox and PlayStation. These are the games most likely to draw a disparaging remark from a United States senator or a newspaper film critic. “Extra Lives” is a celebration of why they matter, but it is also a jeremiad about “why they do not matter more.”

Bissel, a contributing editor at Har per’s Magazine who teaches fiction writing at Portland State University, cops to spending more than 200 hours playing one game, some 80 hours another. “The pleasures of literary connection seem leftover and familiar,” he writes. “Today, the most consistently pleasurable pursuit in my life is playing video games.” He says this despite encountering “appalling” dialogue, despite hearing actors give line readings of “autistic miscalculation,” despite despairing over the sense that gamers and game designers have embraced “an unnecessary hostility between the greatness of a game and the sophistication of things such as narrative, dialogue, dramatic motivation and characterization.”

Despite all this, the interactive nature of video games enables moments that Bissell calls “as gripping as any fiction I have come across.” In particular, he is smitten with Grand Theft Auto IV, a game he sometimes regards as “the most colossal creative achievement of the last 25 years” (while at other times regarding it as “misguided and a failure”). A scene in that game, in which the protagonist — controlled by the player — must dispose of two dead men by driving them across a fictional New York City with their bodies in the trunk of his car, illustrates how video games are “an engine of a far more intimate process of implication” than other works of fiction, Bissell writes. Inter activity “turns narrative into an active experience, which film is simply unable to do in the same way. And it is moments like this that remind me why I love video games and what they give me that nothing else can.”

If photographs are “experience captured,” in Susan Sontag’s phrase, then video games are experience created. The medium can be so engaging, so addictive — Bissell compares playing games to his time using cocaine — that many game makers get away with fiction that makes Stephenie Meyer “look like Ibsen.” A novel or a movie that is poorly written is relatively easy to abandon. Well-designed games that feature bad writing “do not have this problem,” Bissell notes. “Or rather, their problem is not having this problem.”

Roger Ebert and those who agree with him are unlikely to have their minds changed by a book. You can understand video games as a medium of communication, or as an emerging art form, only by playing them. (Ebert’s most recent judgment was rendered after watching online videos of certain games, which is something like judging movies by listening to them.) But Bissell has written the finest account yet of what it feels like to be a video game player at “this glorious, frustrating time,” a rare moment when humanity encounters, as he writes, “a form of storytelling that is, in many ways, completely unprecedented.”

Chris Suellentrop is an editor at The Times Magazine.

quinta-feira, junho 17, 2010

Sonho de consumo noturno


O post anterior foi fruto de um artigo do Arts & Letters Daily -- que considero o site que eu levaria para uma ilha deserta, se é que isso se aplica. Graças a ele e a uma busca por um conto específico que ele cita, ganhei um novo sonho de consumo bibliográfico: Dracula's Guest: A Connoisseur's Collection of Victorian Vampire Stories. Sim, é supérfluo para quem compra uma quantidade absurda de livros todo mês, uns por obrigação, outros por prazer e a maioria por uma combinação dos dois. Mas, procurando por versões online de alguns dos contos da coleção, deu-me uma saudade tremenda de quando eu vagava de um interesse a outro sem maiores responsabilidade profissionais com eles. Em outras palavras: ler por puro prazer. E nada me dá mais prazer que uma boa ficção sobrenatural vitoriana, então aqui vai mais alguma coisa para compartilhar com vocês: um poema vampiresco de ninguém menos que o grande pai dos românticos, Goethe.

quarta-feira, junho 16, 2010

domingo, junho 13, 2010

Bênção ou maldição?

O futuro dirá...

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ATUALIZAÇÃO: Bem, pode ter sido alarme falso.

U.S. Discovers Vast Riches of Minerals in Afghanistan

WASHINGTON — The United States has discovered nearly $1 trillion in untapped mineral deposits in Afghanistan, far beyond any previously known reserves and enough to fundamentally alter the Afghan economy and perhaps the Afghan war itself, according to senior American government officials.

At War

Notes from Afghanistan, Pakistan, Iraq and other areas of conflict in the post-9/11 era.

The previously unknown deposits — including huge veins of iron, copper, cobalt, gold and critical industrial metals like lithium — are so big and include so many minerals that are essential to modern industry that Afghanistan could eventually be transformed into one of the most important mining centers in the world, the United States officials believe.

An internal Pentagon memo, for example, states that Afghanistan could become the “Saudi Arabia of lithium,” a key raw material in the manufacture of batteries for laptops and Blackberries.

The vast scale of Afghanistan’s mineral wealth was discovered by a small team of Pentagon officials and American geologists. The Afghan government and President Hamid Karzai were recently briefed, American officials said.

(Conitnua em http://www.nytimes.com/2010/06/14/world/asia/14minerals.html?emc=na)

A feiura espirituosa

X) Saiba, por derradeiro, irmão de feiura, que a vida é boxe: um bonitão tenta ganhar uma mulher sempre por nocaute, a nossa luta é sempre por pontos, minando lentamente a resistência das donzelas.

(Adorei!)

quarta-feira, junho 09, 2010

Os perigos da memória (e as complexidades da pobreza e da riqueza)

Fico aqui pensando no que deveria ser o "cânon" do conhecimento científico básico que toda pessoa informada deveria ter. Nada contra saber a respeito do ciclo de Krebs ou as equações da geometria analítica, mas não lhes parece que uma noção de neurociência e psicologia deveria ser incluída no currículo escolar? Afinal, como viver sem saber, por exemplo, que uma função básica como a memória tem peculiaridades nada óbvias?

É uma das reflexões que me vieram depois de ler esta matéria na Slate: http://www.slate.com/id/2256089/pagenum/all/. E deixo ainda uma sugestão de leitura complementar: Daniel Schacter, Os Sete Pecados da Memória.

Finalmente, um olhar sobre a pobreza de uma perspectiva não tão frequente hoje em dia: http://www.city-journal.org/2010/20_2_otbie-sympathy.html.

domingo, junho 06, 2010

Informados e mentalmente incapazes?

Eu não sou um "usuário pesado" da Internet. Não navego pelo celular, me recuso a usar Twitter, demorei muito para ver alguma graça no Facebook e definitivamente serei dos últimos a aderir aos livros eletrônicos. No entanto, vez por outra me pergunto as mesmas coisas que esse autor e me preocupo no quão mais distraído fiquei mesmo com o uso relativamente moderado que faço da rede. Então, esta é para a reflexão de todos.



06/06/2010 10h00 - Atualizado em 06/06/2010 10h00

Livro discute se a internet está 'destruindo mentes'

Autor acredita que tecnologia tirou o pensamento aprofundado do homem.
Ele desativou contas em redes sociais para criar a tese.

Reuters

Quando o autor Nicholas Carr iniciou as pesquisas para o livro que busca descobrir se a internet está destruindo as mentes das pessoas, ele restringiu seu acesso a e-mails e desativou suas contas no Twitter e no Facebook.

Seu novo livro "The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains" ("O que a internet está fazendo com nosso cérebro") argumenta que os últimos avanços da tecnologia nos tornou menos capazes de pensamento aprofundado. Carr se descobriu tão distraído que não podia trabalhar no livro enquanto estava conectado.

"Eu descobri que minha incapacidade de me concentrar é uma grande deficiência", disse Carr.
"Então, abandonei minhas contas no Facebook e no Twitter e reduzi o uso de e-mail de modo que eu apenas checava algumas vezes por dia em vez de a cada 45 segundos. Descobri que esse tipo de coisa realmente faz a diferença", afirmou ele.

Depois de inicialmente se sentir "perdido" por sua súbita falta de conexão on-line, Carr afirmou que após algumas semanas foi capaz de se concentrar em uma tarefa por um período sustentado e, felizmente, conseguiu terminar seu trabalho.

Carr escreveu um artigo para a revista Atlantic Magazine em 2008 em que trouxe a público a famosa dúvida "O Google está nos tornando estúpidos?" e resolveu estudar mais fundo como a internet altera nossa mente.

O livro examina a história da leitura e aborda como o uso de diferentes mídias muda o cérebro. Explorando como a sociedade mudou da tradição oral para a palavra escrita e para a internet, ele detalha como a mente se reorganiza para se ajustar a novas fontes de informações.
A leitura na internet mudou de forma fundamental a maneira como nós usamos o cérebro, segundo o autor.

Encarando uma enxurrada de textos, fotos, vídeos, músicas e links para outras páginas, além de incessantes interrupções geradas por mensagens de texto, emails, atualizações no Facebook, tweets, blogs e feeds RSS, nossa mente se acostumou a navegar e a escanear informações.

Como resultado, desenvolvemos habilidades na tomada de decisões rápidas, particularmente as baseadas em estímulos visuais, afirma Carr. Mas, agora, a maioria de nós lê com pouca frequência livros, ensaios longos ou artigos que nos ajudam a concentrar e sermos mais introspectivos e contemplativos, diz o autor.

Bibliotecários?
Para Carr, estamos nos tornando mais como bibliotecários, capazes de encontrar rapidamente informações e perceber quais são as melhores, do que acadêmicos que são capazes de digerir e interpretar a informação.

A falta de foco afeta a memória de longo prazo, levando muitas pessoas a se sentirem distraídas, afirma o autor.

"Nunca ativamos as funções mais profundas, interpretativas de nosso cérebro", disse ele.
Para ilustrar esse ponto, ele compara a memória de curto prazo a um dedal e a de longo prazo a uma grande banheira. Ler um livro é como encher a banheira com água a partir de um fluxo constante de uma torneira, com cada porção de informação sendo construída a partir da anterior.

Em contraste, a internet é um conjunto infinito de torneiras abertas ao máximo, nos deixando tomados de porções pequenas de informações desconexas para encher a banheira, o que torna mais difícil para a mente fazer as conexões necessárias que permitiriam seu uso posteriormente.

"O que estamos perdendo é todo um conjunto de outras habilidades mentais, aquelas que requerem não a mudança de nosso foco, mas a manutenção dele sobre um ponto", disse o autor. "Contemplação, introspecção, reflexão, não há espaço ou tempo para isso na internet".

Carr sustenta que durante séculos os livros protegeram a mente da distração, concentrando o foco em um assunto por vez.

Mas com aparelhos como Kindle e iPad, que incorporam leitores de livros digitais a browsers de internet, se tornando comuns, Carr afirma que os livros também vão mudar.

"Novas formas de leitura sempre exigem novas formas de escrita", diz ele.

Se os escritores atuam em uma sociedade que é cronicamente distraída, eles inevitavelmente vão desistir de argumentos complexos que requerem atenção contínua para escreverem pequenas quantidades de informação.

Carr tem uma sugestão para aqueles que sentem que navegar pela internet os deixou incapazes de concentração: reduza o ritmo, se afaste da internet e pratique as habilidades de contemplação, introspecção e reflexão.

sexta-feira, junho 04, 2010

quarta-feira, junho 02, 2010

Disney x Hitler








"Day after"

Um artigo lido pela metade no ônibus, uma palestra de meia hora, releitura de algumas páginas do meu próprio livro das quais mal me lembrava, um auditório cheio e simpatico, alguns encontros e reencontros, a (re)descoberta de que há outras pessoas com gostos e indagações semelhantes. Resultado: fome intelectual, saudade do meu tema de pesquisa, os anos 1960. Depois de ano e meio trabalhando e cursando disciplinas, acho que finalmente o doutorado começou. Um clique se fez ontem, e o coração enfim se alinhou com meu objeto.

Restam dois anos e meio. Que sejam proveitosos.