segunda-feira, junho 20, 2005

Cartas

"Escrever é também não falar. É calar-se. É gritar sem ruído."
Marguerite Duras





Um dos mais antigos gêneros literários, a ponto mesmo de integrar livros canônicos, as cartas têm a característica de se constituírem por mais do que o texto propriamente dito. Cada uma é um mundo próprio, formado não só pela mensagem, mas pelo tipo de papel, a caligrafia, a cor da tinta, às vezes até o perfume que possam trazer. Talvez a própria demora entre o envio e o recebimento, e a possível réplica, dão a esse tipo de correspondência uma riqueza de detalhes que o nosso pragmático e moderníssimo e-mail simplesmente não pode acompanhar. Afinal, que é um e-mail senão uma carta reduzida ao elemento mais básico, despida de todos os pequenos indícios que poderiam trair as emoções e circunstâncias de seu remetente? Não há nele o vestígio da lágrima sobre a folha nas cartas de despedida, nem o tremular da escrita nas que são redigidas com emoção e ansiedade. E a caligrafia, que tanto diz sobre quem escreve e torna-se parte do retrato afetivo que nasce na imaginação do seu destinatário, desaparece sobre a harmonia mecânica de Times New Roman ou Arial. E, finalmente, não há o que se guardar... Uma folha impressa a partir de um e-mail não se compara à que foi escrita, dobrada, tocada pelo remetente, não raro alguém que amamos e se encontra longe, de quem cada objeto pode se tornar uma relíquia de saudades cuidadosamente acarinhadas no coração.

Sim, a tecnologia nos uniu, acelerou nossos contatos, abriu novas possibilidades. Porém, aos poucos ela também vai usurpando velhas práticas, eliminando hábitos seculares, tornando ainda mais distantes algumas das referências de nossos predecessores. A caixa de correio, sempre atulhada de mil papéis, há muito tempo já não recebe nada escrito do punho de ninguém. Não há mais a surpresa do envelope inesperado, o ritual de abri-lo cheio de curiosidade em busca de novidades de um amigo ou um amor, que serão depois cuidadosamente guardadas como lembranças para a posteridade. Esta terá de se ver com o que sobrar de HDs e discos ópticos, se tanto.

Daí o apetite nostálgico de voltar a escrever, de retomar o hábito deixado no século, no milênio que passou. Selecionar uma folha adequada, uma caneta de cor e tom apropriados, rascunhar ou talvez escrever de primeira o que vier à cabeça, selar e postar, e depois ficar se perguntando se a carta chegou, se foi realmente lida e até mesmo quando virá resposta. Virá? Se vier, levará alguns dias — sempre com certa expectativa, uma interrogação mais ou menos forte que ocupará a cabeça pelo menos alguns minutos por dia, até finalmente aparecer algo mais do que contas e propaganda na caixa de correio, fechando o ciclo. E ao término da leitura dessa resposta, a dúvida de todos os correspondentes: escrever novamente? Render-se ao imediatismo do telefone e do e-mail?

Rememorando um cotidiano que soa tão distante, olho o caderno de endereços, um tanto abandonado, com envelopes abertos formando relevos entre as páginas. Hora de reabri-lo e reencontrar alguém.

***

Música do dia: I Can't Stop Loving You, de Ray Charles.



domingo, junho 19, 2005

Loucura e conformismo

O que era para ser uma breve pesquisa sobre a possível base real de um filme clássico e impressionante, tornou-se uma interessantíssima, embora terrível, jornada pelos recantos escuros da mente humana: http://www.crimelibrary.com/serial_killers/index.html. E, no entanto, a história de Carol Smith me lembra um assunto similar, estudado já há alguns anos, mas cujos efeitos sempre são fascinantes: até que ponto se pode suportar o sofrimento extremo sem pactuar e se deixar dominar por ele?

Uma questão freqüente em tratados sobre conversão religiosa, e mesmo em livros espiritualistas e esotéricos. A vítima se tornando colaboradora do algoz contra si mesma. Perturbador.

sábado, junho 18, 2005

Reflexões na madrugada...


Pára, instante que passa, és tão formoso!

Goethe, Fausto.

Na vida, como nos bons livros, nada é tão bom quanto virar uma página após outra. Se por um lado uma fase recém-encerrada deixa suas marcas, quem sabe até nostalgia, as esperanças do futuro nos prendem o olhar no horizonte de mil possibilidades, um “talvez” cheio de promessas apenas adivinhadas, algumas cheias de ansiedades. Perceber-se nessa transição é experiência das mais enriquecedoras, quando vemos a Vida agir ao nosso redor e em nós, até a despeito de nós mesmos. Uma cadeia de eventos começa a ganhar ímpeto de uma hora para outra, por vezes da forma mais banal, e em pouco tempo nossos rumos dão uma guinada, fazem de nossos planos nada mais que um sopro, confrontam-nos com aquela potência indecifrável, que na falta de nome melhor designamos apenas como o “Acaso”. Se formos ao fundo das coisas, sempre o encontraremos aqui e ali, ora juntando peças fundamentais de nossas existências, ora impondo pequenos desvios, banais no primeiro momento, titânicos na ordem geral das coisas. A única certeza em seu movimento é que ele é constante: estamos sempre sendo levados a alguma parte numa corrente invisível e grandiosa, da qual temos tanta consciência quanto um peixe tem da água. Pouco importa se a percebemos ou não — ela nos envolve e arrasta, nutre e destrói. E ao sermos arrastados, alheios à corrente que nos leva e ao destino que nos aguarda, se destino houver, que será o tão falado livre-arbítrio? Uma sombra ou uma realidade, uma impotência ou uma força eficaz à espera de bom uso? Teremos algo de verdadeiramente livre quando não conhecemos nossa real condição no mundo? Se tantas vezes agimos sem plena certeza dos porquês, se vivemos sob o látego de impulsos que nos definem, mas não se sabe donde vêm, como falar em liberdade? Pode-se ser livre do próprio eu?

segunda-feira, junho 13, 2005

Melinda e Melinda: uma tragicomédia



Qual é o sentido maior da vida? Ela é uma tragédia ou uma comédia? O mais recente filme de Woody Allen, "Melinda e Melinda", explora as duas possibilidades de forma muito original: a partir da uma premissa da chegada inesperada de uma visitante a um jantar de amigos, o filme se alterna entre duas variações, uma trágica e outra cômica. Na primeira, Melinda é uma mulher com sérios problemas pessoais e à beira do colapso emocional, que tenta obter um mínimo de equilíbrio para voltar a "querer viver"; na segunda, é a vizinha de um hilário casal em crise, que acaba se tornando a nova paixão do marido desempregado. Nesse jogo de claro-escuro emocional, Allen vai apresentando personagens que prometem, cada um deles, um universo à parte, enquanto desfia alguns de seus diálogos mais inspirados. A cena em que um dos protagonistas negocia uma noite de sexo com preferências políticas é antológica.

Um filme delicioso. E ainda valeu pelo adicional de ter no elenco Chloë Sevigny, que ficou mais famosa recentemente por conta de uma cena para lá de controversa no sonolento The Brown Bunny. Vendo-a como a professora de música em crise matrimonial, contida, mas que diz tanto com os olhos, como se guardasse um turbilhão de sentimentos e frustrações pronto a eclodir, ninguém diz que ela estaria em um filme como o road movie de Vincent Gallo. Se se trata de uma cena histórica que anuncia a queda de mais um tabu no cinema americano, ou simplesmente uma apelação vulgar sem maiores conseqüências, deixo ao leitor decidir.



domingo, junho 12, 2005

Dia dos Namorados



Orazio Gentileschi, "Cupido e Psiquê" (1628-1630)


Neste dia nacional do Cupido, minha principal tarefa deveria continuar lendo a interessantíssima autobiografia de Gandhi e produzir alguma coisa próxima de um post decente para Os Progressistas. Afinal, não faço parte da trupe que fez a alegria dos comerciantes nos últimos dias e fará a dos moteleiros hoje. Entretanto, não se pode negar que a data, como é típico nas festas comerciais, adquiriu uma notável onipresença. Há mais corações e fotos osculatórias por metro quadrado neste junho de 2005 do que em toda a história do romantismo no século XIX. Também pudera: o amor romântico é um dos grandes temas de nossa cultura. E continua sendo, apesar de o estarmos maltratando cada vez mais. Sinal de uma possível mudança de padrão? Quem sabe... De qualquer forma, não foi surpresa encontrar este artigo de Carla Rodrigues tratando do assunto no site no mínimo.

Mais um livro para a lista...

quinta-feira, junho 09, 2005

Macacos sabem usar dinheiro

The New York TimesJune 5, 2005

Monkey Business

Keith Chen's Monkey Research

Adam Smith, the founder of classical economics, was certain that humankind's knack for monetary exchange belonged to humankind alone. ''Nobody ever saw a dog make a fair and deliberate exchange of one bone for another with another dog,'' he wrote. ''Nobody ever saw one animal by its gestures and natural cries signify to another, this is mine, that yours; I am willing to give this for that.'' But in a clean and spacious laboratory at Yale-New Haven Hospital, seven capuchin monkeys have been taught to use money, and a comparison of capuchin behavior and human behavior will either surprise you very much or not at all, depending on your view of humans.

The capuchin is a New World monkey, brown and cute, the size of a scrawny year-old human baby plus a long tail. ''The capuchin has a small brain, and it's pretty much focused on food and sex,'' says Keith Chen, a Yale economist who, along with Laurie Santos, a psychologist, is exploiting these natural desires -- well, the desire for food at least -- to teach the capuchins to buy grapes, apples and Jell-O. ''You should really think of a capuchin as a bottomless stomach of want,'' Chen says. ''You can feed them marshmallows all day, they'll throw up and then come back for more.''

When most people think of economics, they probably conjure images of inflation charts or currency rates rather than monkeys and marshmallows. But economics is increasingly being recognized as a science whose statistical tools can be put to work on nearly any aspect of modern life. That's because economics is in essence the study of incentives, and how people -- perhaps even monkeys -- respond to those incentives. A quick scan of the current literature reveals that top economists are studying subjects like prostitution, rock 'n' roll, baseball cards and media bias.

Chen proudly calls himself a behavioral economist, a member of a growing subtribe whose research crosses over into psychology, neuroscience and evolutionary biology. He began his monkey work as a Harvard graduate student, in concert with Marc Hauser, a psychologist. The Harvard monkeys were cotton-top tamarins, and the experiments with them concerned altruism. Two monkeys faced each other in adjoining cages, each equipped with a lever that would release a marshmallow into the other monkey's cage. The only way for one monkey to get a marshmallow was for the other monkey to pull its lever. So pulling the lever was to some degree an act of altruism, or at least of strategic cooperation.

The tamarins were fairly cooperative but still showed a healthy amount of self-interest: over repeated encounters with fellow monkeys, the typical tamarin pulled the lever about 40 percent of the time. Then Hauser and Chen heightened the drama. They conditioned one tamarin to always pull the lever (thus creating an altruistic stooge) and another to never pull the lever (thus creating a selfish jerk). The stooge and the jerk were then sent to play the game with the other tamarins. The stooge blithely pulled her lever over and over, never failing to dump a marshmallow into the other monkey's cage. Initially, the other monkeys responded in kind, pulling their own levers 50 percent of the time. But once they figured out that their partner was a pushover (like a parent who buys her kid a toy on every outing whether the kid is a saint or a devil), their rate of reciprocation dropped to 30 percent -- lower than the original average rate. The selfish jerk, meanwhile, was punished even worse. Once her reputation was established, whenever she was led into the experimenting chamber, the other tamarins ''would just go nuts,'' Chen recalls. ''They'd throw their feces at the wall, walk into the corner and sit on their hands, kind of sulk.''


Chen is a hyperverbal, sharp-dressing 29-year-old with spiky hair. The son of Chinese immigrants, he had an itinerant upbringing in the rural Midwest. As a Stanford undergraduate, he was a de facto Marxist before being seduced, quite accidentally, by economics. He may be the only economist conducting monkey experiments, which puts him at slight odds with his psychologist collaborators (who are more interested in behavior itself than in the incentives that produce the behavior) as well as with certain economist colleagues. ''I love interest rates, and I'm willing to talk about their kind of stuff all the time,'' he says, speaking of his fellow economists. ''But I can tell that they're biting their tongues when I tell them what I'm working on.''

It is sometimes unclear, even to Chen himself, exactly what he is working on. When he and Santos, his psychologist collaborator, began to teach the Yale capuchins to use money, he had no pressing research theme. The essential idea was to give a monkey a dollar and see what it did with it. The currency Chen settled on was a silver disc, one inch in diameter, with a hole in the middle -- ''kind of like Chinese money,'' he says. It took several months of rudimentary repetition to teach the monkeys that these tokens were valuable as a means of exchange for a treat and would be similarly valuable the next day. Having gained that understanding, a capuchin would then be presented with 12 tokens on a tray and have to decide how many to surrender for, say, Jell-O cubes versus grapes. This first step allowed each capuchin to reveal its preferences and to grasp the concept of budgeting.

Then Chen introduced price shocks and wealth shocks. If, for instance, the price of Jell-O fell (two cubes instead of one per token), would the capuchin buy more Jell-O and fewer grapes? The capuchins responded rationally to tests like this -- that is, they responded the way most readers of The Times would respond. In economist-speak, the capuchins adhered to the rules of utility maximization and price theory: when the price of something falls, people tend to buy more of it.

Chen next introduced a pair of gambling games and set out to determine which one the monkeys preferred. In the first game, the capuchin was given one grape and, dependent on a coin flip, either retained the original grape or won a bonus grape. In the second game, the capuchin started out owning the bonus grape and, once again dependent on a coin flip, either kept the two grapes or lost one. These two games are in fact the same gamble, with identical odds, but one is framed as a potential win and the other as a potential loss.

How did the capuchins react? They far preferred to take a gamble on the potential gain than the potential loss. This is not what an economics textbook would predict. The laws of economics state that these two gambles, because they represent such small stakes, should be treated equally.

So, does Chen's gambling experiment simply reveal the cognitive limitations of his small-brained subjects? Perhaps not. In similar experiments, it turns out that humans tend to make the same type of irrational decision at a nearly identical rate. Documenting this phenomenon, known as loss aversion, is what helped the psychologist Daniel Kahneman win a Nobel Prize in economics. The data generated by the capuchin monkeys, Chen says, ''make them statistically indistinguishable from most stock-market investors.''

 But do the capuchins actually understand money? Or is Chen simply exploiting their endless appetites to make them perform neat tricks?

Several facts suggest the former. During a recent capuchin experiment that used cucumbers as treats, a research assistant happened to slice the cucumber into discs instead of cubes, as was typical. One capuchin picked up a slice, started to eat it and then ran over to a researcher to see if he could ''buy'' something sweeter with it. To the capuchin, a round slice of cucumber bore enough resemblance to Chen's silver tokens to seem like another piece of currency.

Then there is the stealing. Santos has observed that the monkeys never deliberately save any money, but they do sometimes purloin a token or two during an experiment. All seven monkeys live in a communal main chamber of about 750 cubic feet. For experiments, one capuchin at a time is let into a smaller testing chamber next door. Once, a capuchin in the testing chamber picked up an entire tray of tokens, flung them into the main chamber and then scurried in after them -- a combination jailbreak and bank heist -- which led to a chaotic scene in which the human researchers had to rush into the main chamber and offer food bribes for the tokens, a reinforcement that in effect encouraged more stealing.

Something else happened during that chaotic scene, something that convinced Chen of the monkeys' true grasp of money. Perhaps the most distinguishing characteristic of money, after all, is its fungibility, the fact that it can be used to buy not just food but anything. During the chaos in the monkey cage, Chen saw something out of the corner of his eye that he would later try to play down but in his heart of hearts he knew to be true. What he witnessed was probably the first observed exchange of money for sex in the history of monkeykind. (Further proof that the monkeys truly understood money: the monkey who was paid for sex immediately traded the token in for a grape.)

This is a sensitive subject. The capuchin lab at Yale has been built and maintained to make the monkeys as comfortable as possible, and especially to allow them to carry on in a natural state. The introduction of money was tricky enough; it wouldn't reflect well on anyone involved if the money turned the lab into a brothel. To this end, Chen has taken steps to ensure that future monkey sex at Yale occurs as nature intended it.

But these facts remain: When taught to use money, a group of capuchin monkeys responded quite rationally to simple incentives; responded irrationally to risky gambles; failed to save; stole when they could; used money for food and, on occasion, sex. In other words, they behaved a good bit like the creature that most of Chen's more traditional colleagues study: Homo sapiens.

Stephen J. Dubner and Steven D. Levitt are the authors of ''Freakonomics: A Rogue Economist Explores the Hidden Side of Everything.'' 

Link de origem: http://www.nytimes.com/2005/06/05/magazine/05FREAK.html?pagewanted=print

 

domingo, junho 05, 2005

Reality show em mosteiro

Tradução feita por Felipe Ortiz e colhida em http://www.wunderblogs.com/alexandrinas/archives/017295.html#more. A notícia original está aqui.


REALITY SHOW EM MOSTEIRO MUDA CINCO VIDAS PARA SEMPRE

Cinco homens, incluindo desde um ateu envolvido no mercado da pornografia até um ex-paramilitar protestante, tiveram suas vidas inesperadamente transformadas naquela que é a última fronteira dos reality shows da TV: um mosteiro.

Mais para Oh Brother! do que para Big Brother, os cinco se submeteram a uma reforma espiritual passando quarenta dias e quarenta noites com monges católicos romanos na Abadia de Worth, em West Sussex.

A experiência, que será exibida na BBC 2 este mês, foi concebida para verificar se a tradição monástica inaugurada por São Bento há mil e quinhentos anos ainda tem alguma relevância para o mundo moderno.

Embora os participantes não fossem solicitados a votar nas expulsões uns dos outros, eles encararam o desafio de viver juntos numa comunidade e de obedecer a um regime disciplinado de trabalho e de oração. No final, o ateu Tony Burke, de 29 anos, tornou-se um crente e abandonou seu emprego de produtor de comerciais para um disque-sexo depois de passar por aquilo que ele descreveu como "uma experiência religiosa".

Gary McCormick, de 36 anos, o ex-membro da Associação de Defesa do Ulster [facção armada protestante da Irlanda do Norte, anti-IRA -- nota do tradutor] que passou uma grande parte de sua juventude na cadeia, começou a derrotar seus demônios interiores.

Peter Gruffydd, um professor aposentado, recobrou a fé que rejeitara em sua juventude; e Nick Buxton, de 37 anos, um bacharel em Cambridge, chegou às raias de virar um padre anglicano.

O quinto "noviço", Anthony Wright, de 32 anos, que trabalha para uma editora jurídica de Londres, começou a resolver seus traumas de infância.

A série em três capítulos chamada The Monastery mostra os cinco se submetendo às regras do mosteiro, com horários estritos de instrução, estudo, oração, reflexão e trabalho. Também são exibidas as suas intensas e freqüentemente dolorosas sessões com seus mentores religiosos, monges designados para guiar cada um deles em suas jornadas espirituais.

No final de uma dessas sessões o Sr. Burke, com voz turvada pela emoção, confessou seus sentimentos numa seqüência para um vídeo-diário. "Eu não queria que isso acontecesse", disse.

"Mas algo me tocou, algo falou muito profundamente comigo. Foi uma experiência religiosa."

"Quando acordei nessa manhã, não acreditava nisso; mas, como estou dizendo para vocês agora, eu acredito. Seja lá o que for, eu acredito nisso."

Os participantes (dos quais nenhum era católico romano) compartilhavam as refeições com os monges, trabalhavam nos jardins e participavam das orações diárias, desde as Matinas de manhã cedo até as Completas [que acontecem à noite, antes de dormir -- nota do tradutor]. Eles também eram obrigados a seguir as regras monásticas de silêncio, obediência e humildade.

No começo, os recém-chegados estavam céticos e a disciplina não foi alcançada facilmente -- dois deles foram repreendidos por terem deixado o mosteiro "à procura de virgens e cigarros".

No final, todos admitiram que a experiência deixara neles um impressão profunda.

O Pe. Cristopher Jamison, o abade, disse que o mosteiro ficou encantado com os resultados.

quinta-feira, junho 02, 2005

Livre-mercado à grega

"Charon, the Ferryman of renown, was cruising slowly along the Styx one pleasant Friday morning not long ago, and as he paddled idly on he chuckled mildly to himself as he thought of the monopoly in ferriage which in the course of years he had managed to build up. "It's a great thing," he said, with a smirk of satisfaction-"it's a great thing to be the go-between between two states of being; to have the exclusive franchise to export and import shades from one state to the other, and withal to have had as clean a record as mine has been. Valuable as is my franchise, I never corrupted a public official in my life, and-"

Here Charon stopped his soliloquy and his boat simultaneously. As he rounded one of the many turns in the river a singular object met his gaze, and one, too, that filled him with misgiving. It was another craft, and that was a thing not to be tolerated. Had he, Charon, owned the exclusive right of way on the Styx all these years to have it disputed here in the closing decade of the Nineteenth Century? Had not he dealt satisfactorily with all, whether it was in the line of ferriage or in the providing of boats for pleasure-trips up the river? Had he not received expressions of satisfaction, indeed, from the most exclusive families of Hades with the very select series of picnics he had given at Charon's Glen Island? No wonder, then, that the queer-looking boat that met his gaze, moored in a shady nook on the dark side of the river, filled him with dismay.

"Blow me for a landlubber if I like that!" he said, in a hardly audible whisper. "And shiver my timbers if I don't find out what she's there for. If anybody thinks he can run an opposition line to mine on this river he's mightily mistaken. If it comes to competition, I can carry shades for nothing and still quaff the B. & G. yellow-label benzine three times a day without experiencing a financial panic. I'll show 'em a thing or two if they attempt to rival me. And what a boat! It looks forall the world like a Florentine barn on a canal-boat."

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Gostou? Então conheça John Kendrick Bangs e The House-Boat on the Styx.
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"1984" em spray?

Um cheiro orwelliano no ar...
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Nature: http://www.nature.com/news/2005/050531/full/050531-4.html
Published online: 1 June 2005

Trust in a bottle

Michael Hopkin
Nasal spray makes people more likely to place faith in another person.



Sniff this, and then give me all your money.

© Punchstock
Can you bottle trust? The answer, it seems, is yes. Researchers have produced a potion that, when sniffed, makes people more likely to give their cash to someone to look after. A Swiss-led research team tested their creation on volunteers playing an investment game for real money. When they inhaled the nasal spray, investors were more likely to hand over money to a trustee, knowing that, although they could make a hefty profit, they could also lose everything if the trustee decided not to give any of the money back. The potion's magic ingredient is oxytocin, a chemical that is produced naturally in the brain. Its production is triggered by a range of stimuli, including sex and breastfeeding, and it is known to be important in the formation of social ties, such as mating pairs and parent-offspring bonds. It is perhaps no surprise that the compound has been nicknamed the 'love hormone'. Experts think that oxytocin exerts its range of effects by boosting some social behaviours: it may encourage animals or people to overcome their natural wariness when faced with a risky situation. The theory argues that people only decide to trust each other - when forming a sexual or business relationship, for example - when the brain's oxytocin production is boosted.
Increasing trust may be useful for people with social phobia or autism.

Ernst Fehr
University of Zurich, Switzerland
Love is in the air The researchers, led by Ernst Fehr of the University of Zurich, investigated whether this effect can be produced simply by getting people to inhale oxytocin rather than stimulating them to produce it. Such chemicals, they explain, can easily enter the brain when sniffed. In the game, investors were allotted 12 monetary credits, each worth 40 Swiss centimes (32 US cents), and asked to decide how much to give to the trustee. The participants knew that the investment would be quadrupled, and that the trustee could then decide how much, if any, to hand back. Investors were more willing to part with their cash when they inhaled the potion, Fehr's team reports in Nature1. Of 29 subjects given oxytocin, 13 handed over all of their cash. Only 6 of the 29 subjects given a placebo to sniff invested all 12 of their credits. When the human trustee was replaced with a random number generator the effect disappeared. This shows, the researchers say, that oxytocin specifically boosts social interactions, rather than simply making people more willing to take risks. Business of trust Knowing more about how trust is encouraged could help with everything from business to the treatment of psychological conditions. Damping trust may be useful for people with Williams syndrome, for example, in which patients are overly friendly. "Increasing trust may be useful for people with social phobia or autism," Fehr adds. Oxytocin is "easy and cheap to produce and it is easy to get it in drug stores, at least in Switzerland," Fehr says. So does that mean it could be pumped into the air in department stores by unscrupulous salespeople, turning us all into soft targets? Perhaps, but it seems a trifle extravagant, says Antonio Damasio, a neurologist at the University of Iowa in Iowa City. Modern advertising already uses tricks to get us to trust a brand that probably make us boost our own oxytocin levels. "It lures you in with images of wonderful landscapes or sex, and it probably works in exactly the same way," says Damasio.

References

  1. Kosfeld M., Heinrichs M., Zak P. J., Fischbacher U. & Fehr E. Nature, 435. 673 - 676 (2005). | Article |