segunda-feira, julho 27, 2009

Comédia submarina

Ao descobrir isto por acaso no YouTube, lembrei imediatamente das esquetes satíricas do Cartoon Network. Então, em homenagem ao membro mais subestimado da Liga da Justiça compartilho com vocês:

sábado, julho 25, 2009

Um site relevante

Colunistas renomados escrevendo sobre assuntos relevantes. É tudo o que se precisa saber para visitar o site do Project Syndicate.

quarta-feira, julho 22, 2009

Clássicos pop

Depois do sucesso da novíssima interpretação do clássico de Jane Austen, mais um best-seller para todas as épocas se anuncia. Viva a grandiosa literatura inglesa!




Vagando pelos blogs alheios

Estou de férias. Bem, férias de doutorando, o que significa que tenho pelo menos um trabalho para fazer, sem mencionar minha própria pesquisa, devidamente parada no primeiro semestre de curso. Mas ainda não entrei em um ritmo produtivo, tendo me limitado a ver filmes, navegar até tarde e coisas do gênero (as férias começaram na sexta, apenas). De lá para cá, tenho descoberto algumas coisas interessantes, boa parte em blogs.

Acima de tudo, The Teaching Company. Trata-se de uma empresa que vende cursos em CD, não raro com material visual complementar em DVD, sobre uam infinidade de temas fascinantes. Só para se ter uma ideia, na parte de História, tem-se: a história geral chinesa, a tradição conservadora nos EUA, gregos e romanos famosos, a história do pensamento ocidental, o Jesus histórico, mitologia do Oriente Próximo, as grandes religiões, questões econômicas contemporâneas, entre muitos outros temas. Também há cursos em várias outras áreas, de Matemática a Ciências Sociais e Artes. O problema é o preço: só o de tradição conservadora, por exemplo, custava quase 400 dólares na última vez que eu vi (hoje entrou em liquidação, com a versão apenas em CD caindo para 70 dólares) -- um dos prováveis motivos de tantos cursos terem caído na rede de compartilhamento de arquivos. Em todo caso, se você tem uma boa compreensão do inglês, vale a pena conhecer essa referência.

Falando em inglês, este texto me fez reconsiderar a maneira como dou aulas na graduação. Nunca fiz um podcast, o equivalente internético do que um dia se chamou "gravação de voz", mas penso que pode ser um bom recurso complementar às aulas convencionais, desde, claro, que todos os alunos tenham acesso à rede e condições de escutar o arquivo. Vai dar um trabalho bem grande, se resolver adotá-lo, mas pode ser uma experiência gradual. Quando penso na quantidade de vezes em que meus diletos estudantes, candidatos à elite intelectual da nação, me olharam com a expressão vazia dos catatônicos quando lhes perguntava se haviam feito as leituras indicadas para a aula, sinto o entusiasmo de um radialista que acaba de ganhar seu próprio programa. Mas é algo para pensar com cuidado.

Saindo da área educacional para a de atualidades, encontrei no blog do Hermenauta este artigo da revista alemã Der Spiegel sobre a mania da depilação que tem se espalhado pela Alemanha. Ao que parece, um número crescente de cidadãos teutônicos tem se convencido de que pelos pubianos são uma manifestação de falta de higiene ou uma deficiência estética (uma "moda" que eu já supunha existir ao visitar este site). Bem, ao que parece, atores pornôs e as modelos das maiores revistas masculinas já tinham chegado a essa conclusão há muito tempo, mas, no caso deles, até há uma lógica em querer o máximo de exposição da epiderme. Afinal, sexo explícito não leva esse adjetivo à toa. Mas curiosamente homens, mulheres e adolescentes estão levando isso a sério demais na Alemanha, por motivações que não passam exatamente pela racionalidade -- ao mesmo tempo que seus medos recém-adquiridos nutrem uma indústria estética pujante. A tendência, parece-me, é que isso leve a um círculo vicioso: pessoas inseguras começam a se depilar, geram uma indústria, que depois retroalimenta essa insegurança pela publicidade. Um processo que lembra o de um famoso grupo de macacos, com a diferença, contudo, de ser muito mais perverso, já que cada vez mais os padrões estéticos se tornam mais restritos: primeiro temos de ser magros (no caso feminino, muito magros), depois malhados, e agora completamente pelados, para não citar as inumeráveis variações que fazem a alegria dos cirurgiões plásticos .

Em O Biscoito Fino e a Massa, de Idelber Avelar, encontro um post muito bom sobre os truísmos comuns na linguagem cotidiana. Eu nem sempre concordo com o Idelber no que diz respeito à política, e ultimamente acho que ele tem projetado no Brasil uma questão cultural que é muito mais grave nos EUA, onde, se não me engano, ele reside e leciona. No entanto, Idelber é uma pessoa muito inteligente, e muitas vezes saio de seu blog enriquecido de análises argutas sobre todo tipo de assunto. Também digna de atenção é sua caixa de comentários, que costuma atrair visitantes às centenas, um fórum de debates nada desprezível. Para quem ainda não conhece, fica a sugestão.

Acrescentado um pouco mais de dissenso, um post do Rafael Galvão sobre o funeral de Michael Jackson, e um reflexão justa de Daniel Piza sobre o que é ter "cultura" hoje. Eu ainda vou blogar assim. :-)

domingo, julho 19, 2009

Inteligência artificial

Eu tendo a desconfiar da futurologia. Primeiro, porque, de Nostradamus a Stanley Kubrick, elas quase sempre estão erradas; depois, porque elas inevitavelmente são constituídas de projeções das tendências de agora em um prazo mais longo, o que pressupõe uma continuidade impossível de garantir; e, finalmente, porque elas levam tempo demais para serem provadas. No entanto, de algum tempo para cá, uma corrente de futurologia vem ganhando força em torno de um mesmo tema: a modificação da natureza humana. Não vou discutir aqui as sutilezas desse conceito, referindo-me apenas ao seu sentido mais elementar: o conjunto de características e capacidades potenciais de um ser humano típico. Décadas depois de Aldous Huxley tratar do assunto em seu distópico Admirável Mundo Novo, Francis Fukuyama, os trans-humanistas e os bons e velhos escritores de ficção-científica têm trazido o assunto à baila com crescente insistência, não mais como uma fantasia apenas, e sim como uma possibilidade bastante concreta. Na era da biotecnologia e do (relativo) fácil acesso à informação, trata-se de uma preocupação muito sensata.

Teremos maturidade coletiva para lidar com mudanças permanentes no funcionamento de nosso organismo. Já fazemos isso com próteses, transplantes, cirurgias etc., e até com psicoterapia, mas estaríamos preparados para fazer o mesmo com o desempenho cognitivo? Supondo que estejamos perto de criar "pílulas/chips/seja-lá-o-que-for da inteligência", teremos noção das consequências éticas, políticas e sociais de seu uso? É fácil ver o quão conveniente seria um tal recurso para um vestibulando, por exemplo, ou um engenheiro envolvido em um projeto, mas é quase certo que dificilmente alguém iria querer parar aí.

É verdade que, de certa maneira, já temos diferenças gritantes entre povos e nações a partir do momento, por exemplo, que alguns têm acesso a três refeições por dia e outros, não. Mas, injustiças-colossais-mas-tão-presentes-que-se-tornam-quase-invisíveis à parte, vale a pena pensar um pouco sobre o que pode ser a próxima "onda". Eis aqui um artigo de um entusiasta do assunto: http://www.theatlantic.com/doc/print/200907/intelligence.