sexta-feira, dezembro 31, 2004

Fim de Ano

Nada mais incômodo que tentar escrever quando tudo está bem e o contentamento corre solto pela alma. A saciedade esteriliza, a felicidade é desinteressante. Ninguém tolera por muito tempo ler sobre cenários de alegria pura, ou satisfação permanente. Por alguma razão hermética, nossa atenção exige contrastes, acorrenta-se aos conflitos de desfecho incerto e às dores de redenção duvidosa. Criar alguma coisa na ausência desses elementos, quando não se é um autor versado e escolado nas tribulações da imaginação, é verdadeiro desafio, uma espécie de alpinismo mental. Se a montanha é o Pão de Açúcar ou o Everest, tanto faz: ambos são colossos para o amador que conta com pouco mais que a própria persistência.

Mas nada de desânimo. O ano prestes a se encerrar, é preciso que se escreva alguma coisa. Afinal, 2004 foi o primeiro ano deste blog, para não dizer o primeiro ano de uma série de outras coisas quase igualmente relevantes, tais como a labuta docente, um maior envolvimento com a espiritualidade, a pós-graduação, o esforço pelo mestrado e, é preciso reconhecer, a tal vida de solteiro de que tanto falam por aí. Cada uma dessas coisas renderia páginas e mais páginas de reflexões e ego trips que não cabem aqui. Este não pretende ser um blog biográfico, por mais que a tentação exista e certos posts sejam frutos diretos de uma ou outra experiência. O mundo já tem diários públicos demais e se algum dia um autor excêntrico quiser escrever sobre este que vos fala, terá que recorrer aos bons e velhos registros em papel. Eles ainda têm a virtude da permanência, coisa que este mar de megabytes dificilmente terá. Há também um quê de solidariedade corporativa aí: na remota possibilidade de algum colega historiador ou jornalista do futuro vir a se interessar por mim, por que lhe dificultar a vida com tecnologia digital ultrapassada?

Por efêmera que seja, essa tecnologia teve sua importância em 2004. Não apenas ela permitiu que este espaço existisse — embora deva agradecer a idéia ao meu prezado amigo Felipe Svaluto e seu combativo Warfare State — mas também proporcionou alguns reencontros inesperados, e não apenas para mim. Afinal, este foi o ano do Orkut e da idéia de que vale a pena usar a Internet para promover relacionamentos interpessoais. Idéia antiga, é verdade, até onde este adjetivo se aplica à Rede; mas provavelmente jamais fora testada com tamanha eficiência. É impressionante como algo que exige um tempo enorme de navegação, impõe limites severos à postagem de textos e dá defeito dia sim, dia não, tornou-se objeto de uma verdadeira febre entre os internautas brasileiros. Quando fui convidado para o Orkut, os perfis ainda eram escritos em inglês e os brasileiros eram aproximadamente 20% do total de usuários; agora, ele praticamente se tornou um clube tupiniquim, inundado por gente de todo tipo e pródigo de comunidades tão díspares quanto “Política e Governo”, “Filosofia” e “Isso Só Acontece Comigo”, “Chocólatras” e “Deixem as Formigas em Paz!”. Chegou-se mesmo a fazer da hegemonia brasileira um motivo de orgulho patriótico, nas primeiras reportagens feitas sobre o fenômeno, o que obviamente foi razão para criar mais dúzias de comunidades no próprio Orkut. Um bom tema de pesquisa para os futuros (?) estudiosos de História Digital ou para os antropólogos mais modernizados, sem sombra de dúvida. No que me toca diretamente, porém, além do entretenimento que proporcionou, o Orkut foi um meio interessante para reencontrar conhecidos que dava como perdidos, e fazer alguns mais. Embora jamais tenha chegado às centenas de contatos que tantos orkutianos ostentam, posso dizer que o site fez bem à minha sociabilidade digital. Ou talvez tenha simplesmente digitalizado um pouco mais a sociabilidade de um grande número de pessoas, ao mesmo tempo criando mais um nicho exclusivista. Afinal, se antes havia os internautas e os não-internautas, agora há também os internautas não presentes no Orkut... Para os que apreciam ver a proverbial metade vazia do copo, eis mais uma nobre causa para a lista de reivindicações de justiça digital: “Queremos uma conta no Orkut!” não daria um bom slogan em passeatas?

Mas estou digredindo. É o que dá tentar escrever sem inspiração ouvindo Strauss, algo da frivolidade dos salões vienenses acaba contaminando o resultado. Tudo bem, a espontaneidade é importante para meu futuro biógrafo e, pelo menos neste post, não me preocuparei muito com a profundidade de idéias, se é que a tive em algum outro. Acredito que há ocasiões em que é saudável, como num rodopio oitocentista ao som de Sangue Vienense, deixar-se levar pelos acordes da mente que tanto relutou a se pôr em ação. Estou certo de que os meus escassos e generosos leitores hão de compreender. Neste post derradeiro de 2004, não há muita substância além da pura vontade de continuar escrevendo. Quem nunca se aventurou a fazê-lo por simples prazer, a despeito da superficialidade momentânea das idéias, que atire o primeiro comentário.

Agora que Strauss cedeu lugar a Bach, lembrei-me de que a questão espiritual teve um papel importante neste ano. Não direi muito sobre isso, pois os mais próximos sabem do que se trata e os não tão próximos não estarão interessados. Mas vale registrar que o papel da confiança em algo transcendente — “fé” é um termo já viciado — no fortalecimento do caráter não pode ser subestimado. Que me perdoem os ateus militantes e suas aguçadas observações sobre a capacidade humana de auto-ilusão, mas em nenhuma outra época as visões materialistas me pareceram tão pobres e insatisfatórias quanto nesta. Há muito que me interesso pelas chamadas questões do espírito, seja pelo ângulo da crença propriamente dita ou pelo da comprovação empírica de seus efeitos e princípios, e é uma lástima que não tenha dedicado mais tempo ao seu estudo como gostaria. Enquanto tenho amigos mergulhando nos polissílabos da metafísica hindu ou nas sutilezas da Escolástica, o mais próximo que consegui chegar do assunto este ano foi compulsar um livro de ética 100% secular e outro sobre o mundo muçulmano de uma perspectiva puramente histórica. Demandas acadêmicas me forçaram a centrar o olhar no mundo sensível e imediato, no labirinto da política mundana e na teia complexíssima do mundo do último século, e a transcendência perdeu a primazia para o terreno. Afora livros já de muito lidos e estudados, apenas Hermann Hesse redimiu minha biblioteca de 2004 com um toque de Eternidade. Naturalmente, nem só de leituras se alimenta a espiritualidade de alguém, as experiências do dia-a-dia a alimentam continuamente, e disso não seria justo reclamar. Mas o estudo faz falta, e num campo tão vasto como esse, nenhuma leitura é demais. Infelizmente, a tendência é o agravamento desta situação espiritualmente insalubre durante o mestrado em História, e espero chegar a um maior equilíbrio no próximo ano. Dentre as resoluções de Ano Novo, esta será uma das primeiras da lista.

Pachelbel e seu “Cânon” me fazem lembrar de reencontros, do passado que invade o presente e volta a fazer parte da nossa vida. Em 2004, ele reapareceu de várias formas, em manhãs outonais rotineiras no trabalho, casamentos badalados, conversas de ICQ ou um simples email via Orkut. É agradável ser lembrado pela vida de que se tem uma trajetória e marcos de referência deixados pelo caminho, que por vezes reaparecem. Mais do que isso, ser lembrado também de que desempenhamos um papel similar para outras pessoas. Vê-las novamente, reconhecer velhos sorrisos, vozes e maneirismos, procurando as inevitáveis modificações impostas pelo tempo a elas e a nós, é uma revigorante jornada na memória. E por que não também no próprio conhecimento de si mesmo? Afinal, freqüentemente estão ali os antigos sentimentos se remexendo no íntimo — uma grande simpatia num caso, uma pequena rivalidade adolescente em outro, para citar apenas alguns —, a velha persona querendo emergir. Reencontrar velhos conhecidos é, portanto, reencontrar primeiro a si próprio, e permite reavaliar até que ponto realmente mudamos, se é que houve mudança. É uma oportunidade singular de reflexão e, claro, de retomada ou aprofundamento de amizades. Uma dádiva.

Agora que a música acabou, e os fogos pipocam aqui e ali, é hora de deixar este post e começar a me preparar para a despedida de daqui a poucas horas. Alguém já disse que o Ano Novo é o aniversário de todos os homens. De certa forma, isso o torna superior a todas as outras comemorações em intensidade e partilha. Que saibamos aproveitar a festa e entrar bem em 2005.

Boas Entradas a todos!

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Ilusão

Maya. É o nome dela. A maior, talvez a única, inimiga da humanidade. Guerras, pestes, fomes e ódios jazem em sua mão esquerda; prazeres, contentamentos, paixões e ambições agitam-se em sua mão direita. Nenhum poder se compara ao seu; nenhum cai tão depressa, ao colidir com uma alma forte.

Pois Maya nada mais é que a ilusão. Por causa dela sofremos; por causa dela fazemos sofrer aos outros; por causa dela nos desviamos a todo momento da senda da verdade, fascinados por brinquedos efêmeros e tentações pueris que nada significam em nossa eternidade. Sim, porque esse é o preço do jogo de Maya: uma infinitude que se desperdiça em não olhar para si mesma.

Os orientais de há muito nos alertam para essa fera gentil, esse demônio suave que nos sussurra belas palavras e nos mata com suas carícias. Os hindus o personificaram em célebre duelo com Buda. Os seguidores do vitorioso Gautama tentam repeti-lo até hoje, sem o mesmo sucesso.

E por que olhar para essa fábula, essa farsa mitológica de uma cultura distante? Porque nada é mais verdadeiro do que a lição nela encerrada. O poderosíssimo Maya, de abraços cálidos e rugido titânico, é mais do que uma figura de lenda, uma deidade das inúmeras que abundam mundo afora, e sobretudo pela terra dos Vedas. Não. Maya é a mais real das forças cósmicas, a mais palpável e também a mais invisível, oculto em sua onipresença. Como o oceano não é percebido pelos peixes até que sejam retirados da água, assim também não enxergamos esse poder de névoa que nos traga. Maya está em toda parte e em lugar algum.

Não é assim com todos nós? Quantas vezes não nos pegamos esquematizando a realidade, generalizando o mundo, encaixando o infindável torvelinho da vida em sisteminhas próprios disfarçados de verdade? Quantas vezes nossas certezas não são desmascaradas pelos acontecimentos, e percebemos, em retrospecto, a leviandade com que nos deixamos acreditar nisso ou naquilo? Quem nunca se percebeu optando por uma tese, um credo, uma impressão menos por ela mesma do que por uma preferência irracional e quase irresistível, tanto mais forte quanto menos refletida? E, no entanto, em tantos momentos, é ela que ditará nossas ações, nossa visão de mundo, nossos valores.

Há poucos séculos, embriagados por uma nova visão luminosa, algumas das grandes mentes ocidentais creram que a Razão seria o guia messiânico da humanidade. Como um novo Moisés, essa Força Titânica nos libertaria do Egito das paixões desenfreadas, das tradições incontestes, dos abortos do caráter. A fé racional elevaria este horda de desorientados perdidos entre tristezas e violências até a sociedade perfeita, de cujos chafarizes poligonais manariam o leite e o mel para os intelectos famintos e os caracteres mal cultivados. “O mal nasce da ignorância”, decretavam os sábios, prontos para ganhar o mundo para as futuras gerações.

Fracassaram inapelavelmente. O mundo avançou, e a humanidade continuou exercendo sua maldade, agora por meios novos. Os próceres da Razão, em seu entusiasmo, não perceberam que a ignorância a que juraram combater, o vazio interno do qual brotavam a selvageria e o egoísmo, não era de números e teoremas, poemas e gramáticas. Suas raízes eram mais profundas. Não podiam ser arrancadas apenas com raciocínios...

Maya, essa ausência presente, não se funda na racionalidade, e não se curva a ela. A razão é mero instrumento, geralmente brandido às cegas no nevoeiro da ilusão. Sozinha, pode bem pouco, solitário machado a lutar com troncos espessos em uma floresta. Pois Maya se entranha no próprio ser do indivíduo, nas suas sensações, nos seus impulsos, nas suas necessidades imediatas, no que prende a atenção no exterior, no superficial, no que satisfaz, para que não se vá adiante. Áreas, portanto, estranhas à linearidade da razão cotidiana.

Que fazer então? Como vencer essa teia, romper a neblina de impermanências que recobrem o mundo? Talvez ousando na escuridão, no abismo onde a ilusão se aloja e reina. Plantar em seu campo até então largado à intempérie da inconsciência, alimentar seus canais com outras águas, rasgar suas brumas com a luz da consciência possível. Aí, sim, jogando suas próprias forças a nosso favor, é que poderemos derrotar Maya, não destruindo-a, mas aquietando-a o bastante para que possamos abrir os olhos e ver... não o que vemos, não o que percebemos, mas o que é.

3 de março de 2004

domingo, dezembro 26, 2004

Desejo

"Cada desejo enriqueceu-me mais do que a posse sempre falsa do objeto do meu desejo. "

André Gide


Viver o desejo sem consumir-se pela sua satisfação, mas também sem desprezá-lo. Permitir-se fincar o pé no presente sem antecipar demasiado o futuro, e deixar-se surpreender pelo próximo minuto, tal como ele é, sem um imaginário “como deveria ser” com o qual ele possa se chocar. Apagar por um pouco toda expectativa, e volver para elas olhos mais livres e penetrantes, não mais embaraçados pelas lentes parciais do desejo. Sentir o apelo delas, mas de fora, ao longe, sem que suas garras toquem o coração. Desprender-se de si mesmo para contemplar o espetáculo caótico de sentimentos, esperanças, esforços e princípios, sem tolher-se pelos “dever” ou pelo querer. Provar com certa alegria o sabor amargo da frustração, quando ela vem, e as dores de crescimento que ela impõe. Gozar com gratidão o prazer disponível, sabendo-o fugaz. Discernir a melancolia das horas alegres, e o consolo oculto nas tristes. E abandonar-se por um pouco à corrente dos acontecimentos, ora gentis, ora cruéis, mas sempre conosco. E jamais esquecer que a vida é um moinho a girar de acordo com nossas ações, e só a negligência enfermiça poderia reduzi-la a uma “ventura” entediada ou uma “tristeza” que não se vai.


Enquanto houver desejo, haverá vontade. Esta é a própria vida.

terça-feira, dezembro 14, 2004

Desejo e percepção

“Impuro e desfigurante é o olhar do desejo. Só quando nada cobiçamos, só quando nosso olhar se torna pura contemplação, é que se abre a alma das coisas, a beleza. Quando observo um bosque que eu quero comprar, arrendar, desmatar, hipotecar, e onde quero caçar, então não vejo o bosque, mas apenas os aspectos que correspondem ao meu querer, meus planos e preocupações, à minha bolsa. Então, ele é constituído de madeira, é novo ou velho, sadio ou doente. Se nada quero dele, porém, olho-o apenas ‘despreocupado’ em sua profundeza verde; só então ele é bosque, é natureza e vegetação; só então é belo.

O mesmo acontece com os seres humanos e seus rostos. Aquele a quem olho com medo, esperança, cobiça, intenções, exigências, não é um ser humano, mas apenas o reflexo turvo de meu desejo. Olho-o, de modo consciente ou inconsciente, com perguntas nitidamente restritivas e adulteradoras. É acessível ou orgulhoso? Presta-me atenção? Posso pedir-lhe um empréstimo? Entenderá algo de arte? Com milhares dessas perguntas observamos a maioria das pessoas com as quais temos alguma coisa a ver, e passamos por conhecedores da humanidade e psicólogos quando conseguimos pressentir em sua aparência, aspecto e comportamento aquilo que serve ao nosso propósito ou a ele se opõe. Mas essa atitude é bem pobre e, nessa espécie de psicologia, o camponês, o vendedor ambulante, o advogado sem causas são superiores à maioria dos políticos e ou dos eruditos.

No momento em que o querer se cala e a contemplação surge, a visão torna-se pura e o ser se abandona, tudo se transforma. A pessoa deixa de ser útil ou perigosa, interessante ou aborrecida, gentil ou grosseira, forte ou fraca. Torna-se natureza, torna-se bela e digna de atenção, como qualquer coisa para a qual a contemplação pura se dirige. Pois a contemplação não é exploração ou crítica — é apenas amor. É o estado mais elevado e desejável da nossa alma: amor gratuito.”

Hermann Hesse, Minha Fé.

quarta-feira, dezembro 08, 2004

Moralidade e cultura

“O relativismo cultural é tão-somente um procedimento antropológico, isto é, metodológico. Não é um argumento moral de que qualquer cultura ou costume é tão bom quanto qualquer outro, se não melhor. O relativismo é a simples prescrição de que, a fim de serem inteligíveis, as práticas e ideais de outros povos devem ser postos em seus próprio contexto histórico, entendidos como valores posicionais no campo de suas próprias relações culturais, em vez de apreciados por nossos próprios julgamentos morais e categóricos. A relatividade é a suspensão provisória de nossos próprios julgamentos com o objetivo de situar as práticas em questão na ordem cultural e histórica que as tornou possíveis. Não é em nenhuma hipótese uma questão de apologia.”


Marshall Sahlins, Waiting for Foucault, Still, 2002.

Acerto de contas no Chile

Relatório abre nova era na democracia chilena, diz Lagos

CUZCO, Peru (Reuters) - A democracia no Chile entrou em uma nova era quando o governo do país aceitou publicamente que a tortura era uma política de Estado usada durante o regime militar (1973-90), disse o presidente Ricardo Lagos na terça-feira.

"Isso abre uma nova era para o sistema democrático do Chile. De um lado, reconhecemos a responsabilidade de uma instituição e, de outro, mostramos que papel a sociedade civil deve desempenhar", afirmou o presidente a jornalistas antes de participar de uma cúpula sul-americana na cidade de Cuzco, Peru.

Um relatório encomendado pela presidência, que inspirou pedidos de desculpa inéditos da parte dos militares ao ser publicado no mês passado, disse que 28 mil pessoas foram torturadas, a maior parte delas nos anos imediatamente posteriores ao golpe que colocou o general Augusto Pinochet no poder.

O documento conclui que a tortura era uma política de Estado, declarando oficialmente o que muitos esquerdistas já suspeitavam e o que muitas pessoas da direita chilena há muito tempo negavam.

Durante anos, a maior parte dos simpatizantes de Pinochet acreditou que as denúncias de tortura eram uma mentira de militantes da esquerda. Mas, mesmo os mais fiéis desses simpatizantes mostraram-se horrorizados com o relatório, que atesta oficialmente fatos conhecidos desde muito tempo.

Vários dirigentes das Forças Armadas pediram desculpas publicamente pouco antes e pouco depois de o relatório sobre a tortura ter sido divulgado, rompendo com a postura tradicional de negar os abusos.

"Como resultado desse doloroso documento... abrimos um grande debate sobre os direitos humanos... Precisamos olhar para a gravidade desses fatos a fim de que nunca se repitam", disse Lagos, o terceiro presidente de centro-esquerda a assumir o poder no Chile desde o retorno da democracia, em 1990.

(Reportagem de Marco Aquino)

http://br.news.yahoo.com//041208/5/psx6.html

sexta-feira, dezembro 03, 2004

The Day After II: 1ª etapa

Um anexo de email. Em PDF, para dar maior solenidade. A razão de ser de um mês e meio de estudo intenso a um clique de distância.


Glória ou cadafalso?


(Odeio momentos decisivos!)


De quarenta e tantos inscritos, dezenove sobreviveram para a entrevista eliminatória de segunda-feira. Como se esperava, alguns com excelente aproveitamento em prova e projeto, outros apenas em um ou outro, alguns pouco além do limiar da suficiência. E lá embaixo, entre os últimos da lista, alguém que hesitou em passar a página adiante, com o coração afoito. Após um breve suspiro, a sentença...

(Projeto improvisado e sem revisão, citações fora de ordem na prova, resposta apressada entregue no último minuto...)

Aprovado. Primeiro lugar da primeira etapa.

Glória!

(Ao menos, por enquanto...)