domingo, novembro 22, 2020

sexta-feira, outubro 30, 2020

"Esclarecimento" (ou uma visão espírita de religião e política)



Você pergunta, meu amigo, pelas razões que nos levam a escrever tanto.

 Não deveríamos procurar a Corte Celestial para repouso? Teríamos tamanha saudade da tarefa humana, a ponto de reabsorver-lhe, voluntariamente, as angústias? A seu ver, o sepulcro seria o caminho ideal para o esquecimento absoluto.

 Até aí, sua indagação se perde no domínio das coisas vulgares. Ocioso inquirir de um homem comum, quanto aos motivos que o compelem a trabalhar pela garantia da própria felicidade.

 Seu inquérito, contudo, vai mais além. Deseja saber por que nos dedicamos ao assunto religioso.

— “Todos os Espíritos desencarnados — alega, espantadiço — se empenham na difusão dos princípios de fé e caridade. Emparelham-se com os pregadores insistentes do alto dos púlpitos. Não possuiremos suficiente número de ministros e padres no mundo?”

 Equivoca-se em semelhante generalização. Nem todos os desencarnados se consagram, ainda, a serviço tão nobre. Milhões deles permanecem imantados à Crosta do Mundo, impedindo o progresso mental das criaturas que lhes são afins. Preferem a discórdia e a malícia, como autênticos demônios soltos, e, quando podem, chegam a destilar venenos cruéis, através de escritores invigilantes. Mantêm a ignorância de muita gente, a respeito da eternidade, para melhor se acomodarem às reclamações da inferioridade em que se comprazem.

 No entanto, não é para comentar as perturbações da nossa esfera de ação que lhe escrevo esta carta.

 Refere-se você à religião, como se a fé representasse bolorento asilo para Espíritos inválidos. Certamente envolvido na onda turbilhonária que agita o oceano de nossa civilização decadente, também você penhorou o raciocínio nas ilusões do homem econômico.  Crê possível a regeneração do mundo, de fora para dentro, e dar-se-ia, talvez, de bom grado, a qualquer renovador sedento de sangue que prometesse um mundo reformado por decretos que se vão caducando, de cinco em cinco anos.

 Dentro de tal clima, não pode compreender o serviço religioso. Admite que um pomar se mantenha e produza sem a sementeira? Persistiria a vida humana sem o altar da maternidade?

 O castelo teórico e o campo da experimentação prática, em que se assentam os princípios filosóficos e científicos da Terra, não se sustentariam sem a fonte oculta e invisível da mística religiosa.

 Somente o ser privado de razão consegue movimentar-se sem raízes na espiritualidade superior.

 Os grandes escritores, supostamente materialistas, que você menciona com indisfarçável prazer, não foram senão atletas do pensamento em conflito com as imposições do sacerdócio organizado. Não hostilizavam Deus, objeto sagrado de seus estudos e cogitações. Combatiam os processos infelizes, muita vez usados pelos homens de má-fé, para situarem o Eterno e Supremo Senhor na ordem política. No fundo, identificavam a luz divina, na própria lâmpada de intelectualidade que lhes aclarava a mente.

 A religião é chama sublime, congênita na criatura. Todas as noções de direito no mundo nasceram à sua claridade e todas as secretarias de justiça, nos mais diversos países do Globo, devem a ela sua procedência.

 Quando o primeiro selvagem compreendeu que lhe competia respeitar a taba do irmão, tal entendimento ter-lhe-ia surgido, à face da gloriosa visão do céu, recolhendo, através da contemplação do Sol e das estrelas, da sombra e da tempestade, a primitiva ideia de Deus.

 Subtrair o pensamento religioso da experiência humana seria o mesmo que desidratar o corpo da Terra. Sem a água divina da espiritualidade, qualquer construção planetária se destina a irremediável secura. Conseguirá você viver exclusivamente no deserto?

 O homem poderá rir com Voltaire, estudar com Darwin, filosofar com Spinoza, conquistar com Napoleão, teorizar com Einstein, ou mesmo fazer teologia com São Tomás; entretanto, para viver a existência digna, há que alimentar-se intimamente de princípios santificantes, tanto quanto entretém o corpo à custa de pão. Quem não dispõe do divino combustível para uso próprio, recorre inconscientemente às reservas alheias, porquanto, não existe idealismo superior que não tenha nascido da atividade espiritual e, sem ele, o conceito de civilização redunda em grossa mentira.

 Não sorria, pois, usando o sarcasmo, perante aqueles que consagram o tempo ao ministério religioso.

 Com os cientistas modernos, vocês poderão entrevistar o átomo, fotografar a célula e positivar a curvatura do espaço… Há muita gente na América que já pensa em pedir às autoridades administrativas da política dominante a reserva de terrenos na Lua, considerando o desenvolvimento dos veículos a jato…

 Poderão cogitar de tudo isto, mas não deslocarão a ideia religiosa em um milímetro, sequer, de rota. A fé representa claridade de um sol que ilumina o espírito humano, por dentro, e, sem essa claridade no caminho, o Planeta poderia perder, em definitivo, a esperança num futuro melhor.

 Quanto ao fato de demorar-me, por algum tempo, na atualidade, entre admiráveis amigos que cogitam de servir, depois da morte, ao Cristianismo renascente, creia que isto ocorre por gentileza deles e não por merecimento de minha parte.  Não sou nenhum Livingstone em áfricas do “outro mundo”. Quem define o meu caso, com paciência, é o nosso velho sábio Shakespeare. Disse ele, certa vez, que “quando Deus nos vê endurecidos no mal, cerra-nos os olhos para a imundície e nos obscurece o juízo, de modo que chegamos a adorar os nossos desvarios e a zombar de nós mesmos, caminhando, cheios de cegueira e de orgulho, para a perdição”. Segundo depreende, sou um enfermo à procura de melhoras.

 Embora desencarnado, não posso saber se você guarda saúde integral. Creio, porém, que, se algum dia atingir a infelicidade a que cheguei, não deixará de fazer conforme estou fazendo.


Irmão X ("Luz Acima", psicografia de F. C. Xavier, 1947).

terça-feira, setembro 15, 2020

King e o vírus do ódio

Lendo com meus alunos A Autobiografia de Martin Luther King, e, entre muitos trechos impactantes, fiquei particularmente impressionado com este, que parece descrever tão bem o clima em que vivemos no Brasil de hoje: 


 


"Assim, na sua morte, o presidente Kennedy tem muito a dizer a cada um de nós. Ele tem algo a dizer a todo político que alimenta seus eleitores com o pão azedo do racismo e a carne podre do ódio. Tem algo dizer a todo sacerdote que observa as perversidades do racismo e permanece calado por trás da segurança dos vitrais. Tem algo a dizer aos devotos da extrema-direita que despejam palavras venenosas contra a Suprema Corte e as Nações Unidas e rotulam de comunistas aqueles com os quais não concordam. Tem algo a dizer a uma filosofia comunista equivocada pela qual os homens aprenderiam que os fins justificam os meios e que a violência e a negação da liberdade básica são métodos justificáveis para se atingir o objetivo de uma sociedade sem classes.

Ele diz a todos nós que o vírus do ódio que se inseriu nas veias de nossa nação, se não for extirpado, levará inevitavelmente à nossa ruína moral e espiritual." (P. 283.)

"Todos nós estivemos envolvidos na morte de John Kennedy. Nós toleramos o ódio; toleramos a simulação doentia da violência em todas as esferas da vida; e toleramos a aplicação diferencial da lei, pela qual a vida de um homem só é sagrada se ele concorda com nossas opiniões." (P. 284.)

 

sábado, junho 13, 2020

"Solitude"



 

Nós, a gente comum das ruas, não vemos a solidão como a ausência do mundo, mas como a presença de Deus.

Encontrando-o em todos os lugares que criam nossa solidão.

Para nós, estar verdadeiramente sozinhos significa participar da solidão de Deus.

Deus é tão grande que nada pode achar espaço em qualquer lugar que não dentro dele.

Para nós, o mundo inteiro é como um encontro face a face com aquele de quem não podemos escapar.

Nós encontramos sua causalidade viva bem ali nas esquinas das ruas cheias.

Nós encontramos sua pegada sobre a terra.

Nós encontramos sua Providência nas leis da ciência.

Nós encontramos Cristo em todos estes “pequeninhos que a ele pertencem”: os que sofrem no corpo, os que estão entediados, os que estão em apuros, os que sangram, os que estão necessitados.

Nós encontramos Cristo rejeitado no pecado que usa mil faces.

Como poderíamos simplesmente ter a coragem de debochar dessas pessoas ou de odiá-las, esta multidão de pecadores em quem esbarramos?

A solidão de Deus na caridade fraternal; ela é Cristo servindo Cristo, Cristo naquele que está servindo e Cristo naquele que está sendo servido. Como poderia o apostolado ser uma desperdício de energia ou uma distração?

 



Madeleine Delbrêl (1904-1964).




Fonte: DELBREL, Madeleine. We, the Ordinary People of the Streets (Ressourcement: Retrieval & Renewal in Catholic Thought) (Locais do Kindle 751-758). Edição do Kindle.

sábado, maio 09, 2020

Karl Barth e o "cristianismo de cultura"

Lendo A Teologia do Século XX, de Roger Olson e Stanley Grenz. Por quê? Comecei a ler sobre o assunto por causa de um artigo sobre fundamentalismo, e, como testemunha o post anterior, tomei gosto pela coisa. Não é muito diferente de ler uma história da filosofia, mas, sendo espírita, há um interesse extra. Já tendo passado pela teologia liberal protestante, finalmente cheguei à neo-ortodoxia, que marca de fato o ínício do século XX nesse campo do conhecimento. E, nessa corrente, ninguém é maior que o suíço Karl Barth (1886-1968), que reafirmou a autoridade da revelação diante da "humanização" iluminista promovida pelos liberais -- a mesma que, como disse no texto anterior, é muito parecida com a visão espírita da missão do cristianismo.
O que me chamou a atenção em Barth foi o gatilho para essa reação. Em 1914, Barth constatou, surpreso, que seu professor Adolf von Harnack -- ícone da teologia liberal para a qual o Cristianismo é uma religião privada, individualista, de "pessoas boas querendo transformação interior" -- fora um dos autores do discurso do Kaiser sobre a "obrigação moral" da Alemanha ir à guerra. Se bem entendi, para Barth, o cristianismo racionalizado, humanizado, de Harnack se diluíra tanto na cultura moderna que perdera as defesas contra uma monstruosidade como o ultranacionalismo e a beligerância estatal. As marcas essenciais da revelação haviam dado lugar ao lugares-comuns da sua época, notadamente da política. O "bom cristão liberal", nessa perspectiva, não se distinguia do cidadão comum mesmo num momento de imensa urgência moral, e para o qual não faltavam ensinamentos de Cristo em que se basear.
Como espírita, entendo e sempre defendi que não dá para separar a ética pessoal da ação social. Nosso "vício" é o oposto, o de fingir que nosso discurso sobre caridade e amor ao próximo não tem dimensão política nenhuma, e fugir de qualquer conflito nesse campo como o (inexistente) diabo foge da cruz. "Caridade" é distribuir quentinha, que se danem as políticas públicas que poderiam fazer menos gente precisar delas (deve ser difícil praticar "caridade" na Noruega). Por outro lado, vendo como alguns companheiros de fé simplesmente aceitam pacotes e chavões ideológicos de direita e esquerda, aparentemente alheios aos conflitos com a doutrina que professam, a questão de Barth me volta à cabeça.

domingo, abril 05, 2020

Espiritismo e ideias sociais

Não sou socialista. Nunca tive simpatia por Marx e seu sistema, embora entenda seu apelo e engenhosidade. Normalmente me defino como centrista, embora desconfie que eu deva ser algum tipo de centro-esquerda. Digo isso não por preferência partidária ou adesão a uma doutrina específica, mas por sensibilidade e princípio: acho saudável que a solidariedade seja uma das bases de uma sociedade justa. Insisto: não é por Marx nem por qualquer romance com multidões com bandeiras vermelhas pedindo o sangue dos privilegiados. Provavelmente é porque, ao fim e ao cabo, sou espírita e a "caridade" -- não me refiro ao sentido limitado que a palavra costuma ter -- é a base da ética que adotei ainda cedo na vida. Outra é a consciência, e aí os conservadores em tese me entenderiam bem, de que a humanidade é imperfeita e nenhum grupo social está isento das falhas e tentações comuns a todos nós. Isso vale tanto para o sábio que cria belos sistemas quanto para o proletariado revoltado sitiando um palácio: ser vítima de opressão não garante nenhuma superioridade moral, e a história das revoluções está aí para mostrar que catarses sanguinárias não implicam necessariamente uma sociedade melhor. Não me chamem para incendiar a Bastilha ou guilhotinar reis.

Não sou socialista, mas me formei numa doutrina profundamente influenciada pelos socialistas utópicos e por uma visão iluminista da religião cristã. Menos Marx, mais Saint-Simon? Talvez seja isso. Sociedade de mercado? Sim, mas não laissez-faire. Individualismo? OK, mas não ilimitado (pandemias são ótimas para pensar sobre isso). Propriedade privada? Sim, mas não como princípio sagrado, há circunstâncias que devem ser consideradas. Programas sociais para os pobres? Sem dúvida nenhuma. Serviços essenciais públicos, como saúde e educação, sem exclusão de opções privadas? Idem. Opiniões bastante convencionais no Brasil e mesmo na América Latina, como se vê.  

Uma frustração que tive, nestes quase 30 anos como espírita, é a falta de uma reflexão mais profunda sobre essas questões. Os ramos tradicionais do cristianismo têm reflexões sobre praticamente tudo, e a simples existência de um campo chamado de "Teologia Política" não me deixa mentir. Nós, espíritas, no entanto, temos pouco o que mostrar no que concerne a iluminar as questões mundanas à luz de uma análise espiritual ou doutrinária. Fala-se muito de caridade no sentido de esmola e quentinha, pouco sobre questões de direitos e programas. Fala-se muito de reencarnação e sua influência sobre as condições socioeconômicas dos indivíduos, quase nada sobre por que se permite que estas ainda possam ser precárias. Discute-se a ordem social de cidades espirituais, mas é quase heresia, para muitos, usar o Espiritismo como ferramente para pensar sobre a que temos deste lado da sepultura. Poucos autores se aventuraram nessa seara. Léon Denis é o mais clássico, Com seu Socialismo e Espiritismo, mas houve outros que merecem menção: Manuel Porteiro, na Argentina dos anos 20 e 30; Herculano Pires, nas duas versões de um livreto pouco conhecido, "O Reino"; Cleusa Beraldi Colombo, numa história descritiva das Ideias Sociais Espíritas; e mais um ou outro que agora me fogem à memória. E fica nisso. Mais recentemente, Dora Incontri fundou -- ou foi porta-voz de -- um movimento espírita "progressista", que por enquanto parece mais uma associação  de esquerdistas convencionais com uma filiação religiosa comum, não por acaso revelados ao mundo no calor da condenação de Lula. Se vai sair algo original disso, além de alguns bons textões de Facebook, o tempo dirá.

Onde, então, encontrar algo uma articulação mais séria entre minha visão de mundo e os problemas concretos da nossa organização social? Nem me refiro a questões mais metafísicas, e sim à base ética espírita, que é basicamente a mesma do cristianismo em sua versão teologicamente liberal?  Onde haveria uma reflexão que considerasse os princípios da solidariedade e da compaixão, sem o fetiche pela violência revolucionária e a romantização ingênua dos oprimidos, por um lado, e o paternalismo estéril, sentimental e míope dos conservadores? Nalguma parte deveria haver quem tratasse dessas questões com a seriedade e amplitude de vistas necessárias. Infelizmente, não nos centros espíritas, em que tais coisas não raro são até malvistas, pois "política" é uma espécie de tabu, e as consequências -- a meu ver, óbvias -- do pensamento de Kardec para a sociedade são constantemente minimizadas. Considera-se importante ajudar os pobres, mas ninguém gosta de se perguntar por que os pobres existem.

Depois de muito tatear, e muito por causa de meus estudos como historiador, acho que encontrei duas possibilidades. A bem da verdade, são interligadas. A primeira diz respeito aos métodos da luta política, e creio que já a mencionei em postagens anteriores: a não violência de Gandhi, depois adaptada e desenvolvida por outros ativistas nos mais diversos contextos. Já a segunda, no que tange à teoria, está no próprio campo da teologia liberal (para os protestantes) ou modernista (para os católicos). A partir de uma visão iluminista comum, eles construíram um pensamento cristão mais preocupado com o Sermão da Montanha do que com profecias apocalípticas e celebração de milagres, que interioriza o sentido da religião em vez de focar na autoridade externa de textos supostamente inerrantes e/ou tradições dogmáticas (para os quais reconhecem a crítica histórica e científica). Mais do que isso, sua atuação não se limitava a tratados e púlpitos, indo muitas vezes para fora das igrejas e ganhando forma como movimentos de reforma social e sínteses com as propostas políticas de seu tempo.

Talvez os estudantes de Teologia sorriam diante dessa "descoberta", haja vista que esse tipo de corrente faz parte da história cristã há mais de dois séculos, já tiveram sua ascensão e sua relativa queda no seio do cristianismo tradicional. Mas, para mim, foi uma iluminação. Já tinha lido sobre a influência do socialismo romântico francês sobre Kardec, mas nada ainda sobre possíveis paralelos teológicos. O espírita de hoje, normalmente, não vai muito além das citações e refutações que os autores espíritas incluem em suas obras. A historiografia intelectual do movimento é escassa, em boa parte importada e sem tradução em português. Poucos, além disso, são versados na história cristã em geral -- no máximo, gostam de especulações (ou teorias de conspiração) históricas sobre como o "verdadeiro cristianismo" era uma espécie de Espiritismo com outro nome. Diria mesmo que a maioria de nós subestima nossos companheiros católicos e protestantes, orgulhosos demais de nossa "fé raciocinada" -- embora qualquer visita a uma comunidade virtual espírita mostre bem como isso costuma ser mero excesso de autoestima tribal.

O guia que encontrei para esse reformismo cristão tem sido Gary Dorrien, um acadêmico e sacerdote episcopal norte-americano. Autor de tomos bem alentados, Dorrien escreve muito bem e é um erudito: cada livro seu funciona como um grande catálogo de referências. Entre seus temas, está a história da formação da teologia liberal americana (3 volumes), a influência do Social Gospel sobre o ativismo negro pelos direitos civis e as raízes religiosas e políticas da social-democracia na Grã-Bretanha e na Alemanha, entre outros. Ao lê-lo -- tarefa que vai me exigir alguns anos, entre as folgas mentais que a universidade permite --, a impressão é de que ele escreveu os livros que procurei quase a vida toda. É um universo intelectual e ético que se abre, profundamente afim com a visão espírita, mas completamente apartado em termos de desenvolvimento.

Neste vídeo, que infelizmente só tem as legendas automáticas do YouTube, Dorrien fala de um ramo específico dessas correntes, o socialismo cristão dos séculos XIX e XX, e suas relações com fabianos e marxistas. É o tema principal do seu livro mais recente, Social Democracy in the Making, linkado acima. Para quem puder entender e tem interesse em história, vale a pena.
 

Tempos de pandemia


Quarentenas são capazes até mesmo de ressuscitar blogs, a despeito de filhos, distrações de rede social e outros que tais. Talvez seja pelo desejo de dar alguma "permanência" ao que se escreve, por mais volátil que todo meio digital seja. Mas há coisas que gostaria de registrar e são perfeitamente compartilháveis, e o Divagações se presta bem a isso. Então, ei-lo de volta... por um tempo.