sexta-feira, junho 09, 2017

Coisas que aprendi no Facebook - 2

- Sou historiador, logo comunista.
- Critico a esquerda, logo sou liberal, portanto conservador, o que na verdade significa fascista reacionário.
- Critico a direita, logo sou comunista.
- Se não sou comunista, então sou um "idiota útil" ( = fantoche de comunista).



- "Ser sincero" (= contundente) é sinal de competência.
- Questionar um slogan identitário é o mesmo que discriminar o grupo que o usa.
- Para salvar a democracia, é preciso destruir todo o campo adversário.
- Só pode falar de um período histórico quem o viveu. (Fora, egiptólogos!)
- Ler um livro torna você um expert.
- "Debate" é quando se juntam duas ou mais pessoas que têm a mesma opinião para concordar(em) em público uma(s) com a(s) outra(s).
- Apoiar ditaduras no presente não afeta em nada a credibilidade democrática de um partido.
- A política é a luta do bem contra o mal.
- Violência só é ruim quando é contra mim.
- Questões éticas como o aborto podem ser discutidas com base em ideologias políticas e princípios abstratos, mas se se envolver religião ou espiritualidade, aí está errado.
- O Brasil é uma ditadura desde 2003. Nunca o foi entre 1964 e 1985.
- O PT inventou a corrupção.
- O PMDB inventou a corrupção.
- O PSDB inventou a corrupção.
- Ter seus principais assessores e conselheiros presos por corrupção e ser acusado por dúzias de testemunhos não basta para lançar suspeita sobre um político, só se ele for do partido rival.
- Festas à fantasia de mau gosto merecem críticas, depredar vitrines e mobília urbana, não.
- A polícia, quando mata, é incapaz de errar.
- Criticar a polícia é defender o criminoso.
- Toda bala perdida é *sempre* de um policial.
- Quem sofre, pode descarregar sua raiva do jeito que bem entender.
- Não existe falso testemunho.
- "Não sei se é verdade, mas passo adiante" é uma atitude sensata e louvável.
- Um julgamento presidido por Gilmar Mendes e com dois ministros nomeados por um dos réus poderia ser justo.

Coisas que aprendi no Facebook - 1



Hitler, Sarney e a ditadura militar brasileira eram todos de esquerda.

A Revolução Francesa só trouxe males para o mundo.

Toda intervenção governamental é de esquerda.

O liberalismo se resume a não gostar de impostos.

O livre mercado, sozinho, resolve todos os problemas materiais e as discussões econômicas são puramente ideológicas.

Governos de esquerda que decepcionam, são sempre de direita. Governos de direita que cometem erros, na verdade eram de esquerda.

Desigualdade de gênero não existe ou, se existiu, já acabou.

Movimentos de minorias só existem porque são financiados por bilionários americanos "de esquerda".

Todo muçulmano é terrorista em potencial e, se não é, é porque não é devoto de verdade.

Só fanáticos religiosos se opõem ao aborto.

Todos os direitos e pontos positivos da sociedade moderna se devem ao cristianismo.

Acusações de preconceito e assédio são verdade a priori, mesmo sem prova ou testemunha.

A vivência sempre vale mais que o estudo.

Racismo não existe.

Ser vítima de preconceito imuniza contra preconceitos.

Blogs e vídeos de desconhecidos no YouTube têm maior valor que diplomas ou as palavras de estudiosos reconhecidos.

Os males do mundo são causados por uma grande conspiração, felizmente denunciada por @mulderXFiles2408 e o site do cunhado de meu primo.

Não existe natureza humana, tudo é social.

A natureza humana é perversa.

Toda reivindicação de minoria é ilegítima e instigada por comunistas.

Problemas sociais se resolvem com repressão e discursos duros.

O privado é sempre superior ao público.

O fracasso do socialismo real é irrelevante para a credibilidade das esquerdas.

As ditaduras latino-americanas não têm nada a ver com o descrédito das direitas.

O Estado é sempre ineficaz, exceto quando reprime protestos populares e acusa manifestantes de crimes.

Direitos humanos são uma frescura desnecessária.

A polícia não erra, por isso não precisa cumprir a lei sempre.

Uma única pessoa, na presidência, pode resolver todos os problemas do país.

Política é coisa para jornais, não tem nada a ver comigo.

((Originalmente de 14/5/2017.)