A ONG escocesa Visibility está fazendo atualmente uma experiência que consiste em ensinar crianças cegas a se orientarem com o eco dos sons emitidos por elas, como os morcegos e golfinhos.
A organização, que trabalha com pessoas cegas, ensina as crianças a construírem mentalmente imagens detalhadas do ambiente através da interpretação do eco resultante de um ruído produzido com a língua.Segundo o jornal dominical The Sunday Times, há cada vez mais provas de que cegos são capazes de treinar o sentido da audição, que é mais agudo que nas outras pessoas, para interpretar o eco do som.
Eles poderiam criar imagens mentais dos objetos que a cercam, inclusive a distância, o tamanho e a densidade.
Nos Estados Unidos, onde o método conhecido como ecolocalização foi aplicado pela primeira vez, alguns cegos aprenderam a distinguir se estão diante de pessoas, árvores, edifícios ou algum carro estacionado pelo timbre do eco.
As crianças escocesas aprendem a fazer o estalo com a língua e inclusive a utilizar a técnica em áreas urbanas muito barulhentas, como na rua e no metrô.
O oftalmologista Gordon Dutton, do Hospital Real para Crianças Doentes de Glasgow (Escócia), é um grande defensor desse método de ensino e quer que a técnica seja difundida por todo o país.
"É impressionante. Está perfeitamente provado que funciona", afirma Dutton, segundo quem, "apesar do ceticismo de alguns, os benefícios são inegáveis".
O projeto escocês foi iniciado após a visita no ano passado de Dan Kish, um cego de 41 anos da Califórnia (EUA) que foi pioneiro dessa técnica.
Kish, que dirige a organização sem fins lucrativos World Access for the Blind (Acesso ao Mundo para os Cegos), apresentou o método a familiares de pessoas cegas no Reino Unido.
O americano domina de tal forma a técnica que consegue pedalar uma bicicleta pelas ruas e distinguir entre vários tipos de árvores frutíferas apenas com o estalo da língua.
EFE
2 comentários:
Que coisa hein!?
Interessante... como os humanos pode aprender com os animais...A evolução é algo difícil de definir...não?
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