Tenho visto a profusão de análises políticas pós-3 de outubro em blogs, Orkut e Facebook. Acho ótimo ler a opinião alheia -- afinal, eu mesmo me senti estimulado a escrever a respeito. Porém, espanta-me o maniqueísmo de parte dos discursos. É bem verdade que minha experiência é bem parcial, já que por alguma razão quase só tenho visto partidários de Dilma falando do assunto. Seja como for, na Internet e fora dela, espanta-me a percepção que certas pessoas têm tido da eleição. Para citar um exemplo não virtual, um amigo, classe média da Zona Sul do Rio, vê no PT uma potencial ditadura; e, num blog abertamente petista, detecto nas entrelinhas uma visão dos oponentes como inimigos que realmente me incomoda. De certa forma, parece que a velha polarização esquerda x direita ainda é a referência de muitos -- o problema é quando se atribui a essas posições também um caráter moral.
Isso é uma visão política mesquinha. Compreensível? Sim, muito. Aceitável? Não mais, pois limita. O bem comum -- objeto por excelência da política -- não será plenamente alcançado com a demonização de adversários. E, que me conste, nenhum dos partidos em disputa no segundo turno tem em seus quadros e propostas algo que legitime metade dos adjetivos e paixões que têm sido usados contra eles.
Enfim, sigo observando.
Um comentário:
Indeed.
Abração.
Gabriel Trigueiro
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