quinta-feira, outubro 14, 2010

Indômito

Não te rendas jamais


Procura acrescentar um côvado

à tua altura. Que o mundo está

à míngua de valores

e um homem de estatura justifica

a existência de um milhão de pigmeus

a navegar na rota previsível

entre a impostura e a mesquinhez

dos filisteus. Ergue-te desse oceano

que dócil se derrama sobre a areia

e busca as profundezas, o tumulto

do sangue a irromper na veia

contra os diques do cinismo

e os rochedos de torpezas

que as nações antepõem a seus rebeldes.

Não te rendas jamais, nunca te entregues,

foge das redes, expande teu destino.

E caso fiques tão só que nem mesmo um cão

venha te lamber a mão,

atira-te contra as escarpas

de tua angústia e explode

em grito, em raiva, em pranto.

Porque desse teu gesto

há de nascer o Espanto.

Eduardo Alves da Costa

Um comentário:

Priscila disse...

pois é... E como dá vontade de gritar e causar espanto!!!

Obrigada pela mensagem =D

Beijos!