Estou atrasado alguns anos, afinal é uma série que estreou em 1998 e causou furor até 2004, época em que o máximo que eu conseguia acompanhar eram alguns episódios casuais de Monk (nem sonhava ainda com produções da magnitude de Roma). Mas semana passada finalmente descobri Sex and the City, o filhote televisivo do livro homônimo de Candace Bushnell. Passado o choque inicial causado pela abordagem direta do tema -- na primeira cena que vi, uma das protagonistas descrevia os horrores de felar o pênis minúsculo de seu novo namorado --, descobri um entretenimento e tanto. Atrizes interessantes, texto afiado e, vez por outra, o prazer peculiar da identificação com algumas das situações mostradas. E embora não seja exatamente a mesma coisa ver em DVD, pois assisti a quase o equivalente a uma temporada em apenas quatro dias, sem nenhuma ânsia pelo próximo episódio, estou contente por tê-la descoberto. O livro já está encomendado, para suceder a Little Children, que, aliás, foi outra adaptação feliz.
Não tenho pretensões de resenhar a série, o que muita gente já deve ter feito nos últimos nove anos. Mas não pude deixar de notar o quanto os personagens desta comédia deliciosa são profundamente infelizes. Curioso que seja justamente essa infelicidade e o desnorteamento filosófico que dela deriva, ou, talvez, que a causa, sejam a pré-condição para as risadas que dei nos últimos dias. Li que a autora os compôs a partir de um amálgama de pessoas e situações reais, o que não deixa de impressionar. Não é à toa que se trata de uma comédia; se a ênfase da série fosse o drama, Sex and the City correria o risco de ser um dos programas mais melancólicos dos últimos tempos, pelo retrato que faz dos solteiros balzaquianos numa metrópole cosmopolita. Com toda a sua sofisticação, titulações e dinheiro, seus personagens têm muito das Little Children de Perrotta. E, pior que isso, em muitos momentos parecem assustadoramente verossímeis.
Enfim, estou divagando... É bom ler ficção outra vez.
Não tenho pretensões de resenhar a série, o que muita gente já deve ter feito nos últimos nove anos. Mas não pude deixar de notar o quanto os personagens desta comédia deliciosa são profundamente infelizes. Curioso que seja justamente essa infelicidade e o desnorteamento filosófico que dela deriva, ou, talvez, que a causa, sejam a pré-condição para as risadas que dei nos últimos dias. Li que a autora os compôs a partir de um amálgama de pessoas e situações reais, o que não deixa de impressionar. Não é à toa que se trata de uma comédia; se a ênfase da série fosse o drama, Sex and the City correria o risco de ser um dos programas mais melancólicos dos últimos tempos, pelo retrato que faz dos solteiros balzaquianos numa metrópole cosmopolita. Com toda a sua sofisticação, titulações e dinheiro, seus personagens têm muito das Little Children de Perrotta. E, pior que isso, em muitos momentos parecem assustadoramente verossímeis.
Enfim, estou divagando... É bom ler ficção outra vez.
4 comentários:
Rodrigo,
"The Sopranos" estreou em 1999. Só descobri no ano passado. Também em dvds. Nunca vi algo tão instigante feito na televisão. Recentemente li um texto de um cara que falava sobre a atual fase de ouro da TV americana - dizia que era o equivalente ao que ocorreu com Hollywood nas décadas de 1940 e 1950. Talvez, né?
Abraço,
Já dizia Kardec: a felicidade não é deste mundo. Apesar que sendo gostosa, rica e sexualmente (tão) ativa quanto elas...creio que nunca reclamaria da vida. Rs...
prontos, tive de comentar pois tambem a descobri a pouco tempo e tambem estou um pouco grande maravilhada :)
Não pude assistir completa, mas tive uma bela dose e que dose! Divertido, inteligente e original!
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