domingo, agosto 03, 2008

Zen

Pesquisando sobre a China para meus alunos, descobri o mundo de informação que a Wikipédia oferece sobre o assunto, inclusive em português. Ainda não tive oportunidade ou tempo para conhecer melhor a cultura chinesa, pelo não mais do que a média dos espectadores de Jackie Chan e produtos similares. Mas este trecho do artigo sobre o Zen Budismo me chamou a atenção. Lembrei-me do que tantos estudiosos de hoje dizem acerca da linguagem moldar nossa percepção da realidade, e fiquei aqui intrigado sobre como a "desconstrução" de nossos condicionamentos pode ser útil.

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Zazen

Para o Zen, experimentar a realidade diretamente é experimentar o nirvana. Para experimentar a realidade diretamente, é preciso desapegar-se de palavras, conceitos e discursos. E, para desapegar-se disso, é preciso meditar. Por isso, o zazen ("meditação sentada") é a prática fundamental do Zen.

Ao meditar, o praticante senta-se sobre uma pequena almofada redonda (o zafu) e assume a postura de lótus, a postura de meio lótus, a postura burmanesa ou a postura de seiza. Unindo as mãos um pouco abaixo do umbigo (fazendo o mudra cósmico), ele semicerra suas pálpebras, pousando a vista cerca de um metro à sua frente. Na escola Rinzai, os praticantes sentam-se virados para o centro da sala. Na escola Soto, sentam-se virados para a parede.

Então o praticante "segue sua respiração", contando cada ciclo de inspiração e expiração, até chegar a dez. Então o ciclo recomeça. Enquanto isso, sua única tarefa é manter uma mente relaxada, aberta, concentrada mas sem tensão, e estar presente no "agora" do momento, sem se deixar levar por pensamentos ou ruminações. Quando isso acontece, ele volta a se concentrar na contagem. Os praticantes mais experientes, cujo poder de concentração (samadhi) é maior, podem abster-se de contar ou seguir sua respiração. Fazendo assim, eles estarão praticando o tipo de zazen chamado shikantaza, "apenas sentar-se".

A duração de um período de meditação varia de acordo com a escola. Embora o período tradicional de meditação seja o tempo que uma vareta de incenso leva para queimar (de 35 a 40 minutos), escolas como a Sanbo Kyodan recomendam a seus alunos que não meditem por mais de 25 minutos por vez, pois a meditação pode tornar-se inerte. Na maioria das escolas, porém, os monges rotineiramente meditam entre quatro e seis períodos de 30-40 minutos todos os dias. Quanto a leigos, o mestre Dogen dizia que cinco minutos diários já eram benéficos -- o que importa é a constância.

Durante os retiros (sesshins) mensais, porém, as atividades são intensificadas. Com duração de um, três, cinco ou sete dias, a rotina dos retiros prevê de nove a 12 períodos de 30-40 minutos por dia, ou até mais. Entre cada período de zazen, os praticantes "descansam" fazendo kinhin (meditação andando).

4 comentários:

Estava Perdida no Mar disse...

O conceito mais clássico do budismo é todo abandono do eu, e a prática constante do desapego. A meditação funciona para isso, vc "desliga" do mundo pela concentração absoluta na respiração. Até que o nível de concentração cresce tanto que vc alcança o nirvana...
Adorei quando isso aconteceu comigo.
O mundo chega mudar de cor depois q vc abre os olhos...e melhor ainda é quando vc nem quer abrir.
Beijos

Anônimo disse...

Meditar ao ar livre, se "desligar" de TUDOOO, sentindo o cheiro do verde... ou a brisa do mar... HUMMMMM... coisa mais deliciosa que isso com certeza não há.

Anônimo disse...

No entanto, nunca consegui, de fato, chegar ao nirvana... :(

Gabrieli Martins disse...

Nossa, o nirvana deve ser algo supremo mesmo!