sábado, dezembro 23, 2006

Pregando no deserto

O Washington Post de hoje traz uma matéria interessantíssima sobre um advogado saudita que tem a audácia de desafiar os tribunais religiosos de seu país, uma "terra de ninguém'" em se tratando de direitos humanos, onde uma mulher estuprada pode receber um castigo quase tão grande quanto o de seus agressores pelo simples fato de estar acompanhada de um homem na hora do ataque. Como usar um sistema legal absolutamente retrógrado em prol de uma boa causa, é o que você descobre clicando aqui.

Particularmente fascinante é como o advogado, que era graduado na sharia, a tradicional lei islâmica, descobriu o quão injusta ela poderia ser: ao estudar Direito na capital saudita, conta que pela primeira vez teve de raciocinar sobre os princípios legais, em vez de apenas decorá-los. Ao fazê-lo, descobriu toda uma forma de ver o mundo que não mais passava pelo dogmatismo limitado em que militara.

Acenda-se um pouco da luz adormecida no interior de um homem, e as trevas jamais terão o mesmo poder sobre ele.

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