Depois de quatro dias de trabalho intenso na confecção de uma apostila sobre um assunto que nem de longe me fascina -- que me perdoem os latino-americanistas, mas a intervenção americana na Nicarágua ou no Haiti há um século não estão no rol de minhas paixões --, volto a respirar um pouco. Ainda falta outra, e mais uma tarefa acadêmica, antes de poder me considerar verdadeiramente em férias, mas hoje tirei o dia para uma pausa. Na falta de uma tarefa obrigatória (por hoje), fui olhar minha biblioteca de "descobri" que tenho crônicas de Charles Dickens. E umas cinco revistas de história e neurociência que mal folheei. E que ainda faltam os 35 minutos finais de "Gangues de Nova Iorque" para assistir, que só vi um dos 80 episódios de um animé que comprei semana retrasada, que não aproveitei nada de um monte de filmes clássicos que minha irmã vem baixando e que estou já tenho uma dúzia de artigos tirados do Arts & Letters Daily que salvei e não li para valer.
Bem, ao menos hoje eu li um por inteiro. Qual não foi minha frustração ao ver que algumas das coisas mais peculiares que vinham sendo publicadas na imprensa na área de neurociência e relações humanas são, na verdade, exageros ou pura bobagem. Pelo visto, a ciência não vai tão bem assim na tentativa de explicar as diferenças entre homens e mulheres, assunto que resiste a ser uma geometria plana e continua uma espécie de teoria do caos. Enfim, paciência... e maior cautela ao ler obras de divulgação científica. Parece que não é só sobre quais alimentos fazem bem ou mal que os estudos científicos têm se mostrado oscilantes.
Deixo os neurônios de lado e vou reencontrar o Sr. Dickens. "Temos pensado muitas vezes quantos meses de viagens incessantes numa charrete da mala postal são necessários para matar um homem...", eis o tipo de problema a que pretendo me dedicar no resto do dia.
Um comentário:
Thank .
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