sexta-feira, maio 29, 2009

Animais podem ter "moralidade"

Quanto mais o tempo passa, mas me convenço de que acabaremos tendo de nos tornar vegetarianos, ou ao menos abrir mão da alimentação de carne de mamíferos -- entre outras coisas que teremos de deixar de fazer em relação a eles. Afinal, mais e mais surgem cientistas apresentando bons argumentos desconstruindo nosso "especiecentrismo", ou seja, a ideia de que somos tão especiais na ordem natural das coisas que podemos fazer o quisermos com nossos companheiros de biosfera. Veja-se o caso seguinte, por exemplo:

Elephants are intensely sociable and emotional animals. Research by Iain Douglas Hamilton, from the department of zoology at Oxford University, suggests elephants experience compassion and has found evidence of elephants helping injured or ill members of their herd.

In one case, a Matriarch known as Eleanor fell ill and a female in the herd gently tried to help Eleanor back to her feet, staying with her before she died.

In 2003, a herd of 11 elephants rescued antelope who were being held inside an enclosure in KwaZula-Natal, South Africa.

The matriarch unfastened all of the metal latches holding the gates closed and swung the entrance open allowing the antelope to escape.

This is thought to be a rare example of animals showing empathy for members of another species – a trait previously thought to be the exclusive preserve of mankind.


Depois de saber de uma coisa dessas, dá para ver tais elefantes como um mero "animal" destituído de direitos quaisquer? 

O resto pode ser lido aqui.

Um comentário:

há palavra disse...

Prezado Rodrigo:

Proponho que vejamos esta notícia por outro ângulo e, assim, possamos tirar outras lições dessas sensacionais descobertas.

Minha proposição, apesar de poder parecer chocante aos mais sensíveis [ou poderia dizer “sentimentais”?], tem como pilar teórico uma frase de Goethe: “O homem é o único animal que pode se desumanizar.”

Creio estarmos de acordo com o genial aforisma acima, certo?

Portanto, sigamos:

Sendo inegável que, no atual estágio de civilização, a humanidade corre seriamente o risco de ultrapassar as barreiras da barbárie e, como espécie, definitivamente se desumanizar, ao invés de nos privarmos pela culpa, associando mentalmente em nossas consciências o consumo da carne de alguns desses animais tão repletos de qualidades espirituais e morais, proponho que, num movimento retro-primal-conscienciacional [sic!] contrário, ampliemos o conceito de antropofagia! Pois a ciência parece avançar na descoberta – como você mesmo diz, nos comentários ao artigo em questão – que estes espécimes, ao contrário do que sempre imaginamos, são possuidores das mais nobres qualidades humanas – qualidades essas que, dia a dia, não cessam de escassear em nós, seus “tradicionais detentores”, e que necessitamos urgentemente “reincorporar”...

È uma teoria polêmica, admito - mas épocas difíceis exigem, muitas vezes, soluções heterodoxas...

Abraços, bons caminhos...

Raul