domingo, novembro 06, 2022

Angulimala, o "serial killer" budista

 Palestra na Congregação Espírita Francisco de Paula (CEFP), tema "A felicidade e a consciência tranquila", numa série chamada "Descobrindo Jesus". Deixei para planejar meio em cima, consultei livros sobre a filosofia da felicidade, e estava difícil achar uma linha argumentativa, um raciocínio que fluísse pela exposição. E aí, querendo aproveitar algo dos meus estudos sobre religião para a UFRJ, procurei sobre Taoísmo, depois Budismo e acabei achando a história de Angulimala, talvez o primeiro serial killer de que tenhamos registro. Entre Wikipedia e o livreto de Hellmut Hecker que linkei acima, fiquei impressionado com a história e suas implicações, a ponto de ter meu roteiro original quase engolido por ela. O que era para ser uma história mote acabou virando o coração da palestra. Cabia tudo nela: o ser vítima de uma injustiça inicial como indução ao crime, a violência, a culpa, a decisão de mudar de rumos, o respeito para com o criminoso. Uma história poderosa de redenção, que me comoveu quase às lágrimas, e que serviria não só para a palestra, como também para meus estudos sobre desobsessão.


A palestra foi ótima, acho que desenvolvi bem o assunto, pois a história é muito eloquente por si mesma. Na volta, voltei lendo The Buddha and the Terrorist, uma adaptação da história escrita pelo ativista Satish Kumar. É um livro curto, e até aqui interessante. Certamente pode ser um bom material para um curso sobre não violência também. (Aliás, o ensaio de Hecker é lindo, valeria a pena uma tradução.)


Nenhum comentário: