Durante muito tempo, acostumado como todo o mundo à televisão e ao cinema, eu não percebia certas coisas. Foi só já praticamente adulto, depois de ter visto em pessoa a atriz Betty Faria em um evento na UERJ, e mais tarde uma repórter da Globo, que passei a reparar na pesada maquiagem do pessoal que trabalha nos meios audiovisuais. Deve ter sido por essa época, também, que comecei a reparar na diferença entre o corpo que eu via na tela e as reais proporções físicas daquelas pessoas. Dizem que a TV dá a aparência de 4 a 5 quilos a mais, e é verdade. Isso significa que, se uma pessoa parece magra na tela, é porque ela é mais magra ainda.
Sendo assim, que dizer disso ou disso? Isso é um modelo viável para se tornar um padrão? (Supondo, aliás, que exista um modelo capaz de ser um padrão justo.) Então, foi com alegria que, em meus passeios virtuais, topei com isto:
A imagem acima é da revista americana Glamour, que aparentemente reconheceu o óbvio: que a grande maioria das mulheres reais que compram sua revista não são exatamente as ninfas (muito) magras que usualmente aparecem na revista. Trata-se de uma saudável tendência que vem se manifestando há poucos anos, pelo menos desde que se começou a exigir padrões físicos mais saudáveis em alguns eventos de moda. A discussão sobre o cruel modelo de "beleza" propagado nesse meio, e aceito acriticamente por milhões de mulheres (muitas ainda muito jovens e despreparadas para resistir adequadamente) em todo o mundo ganhou repercussão, e se manifestou até na publicidade de alguns produtos cosméticos. No caso da Glamour, mais do que um capa isolada, trata-se de um compromisso editorial: a revista diz em seu site que doravante diversificará o padrão físico das modelos que retrata de forma permanente. E pensar que tudo começou com essa foto singela...
Longa vida ao realismo estético!
4 comentários:
òtimo post. Até linkei no meu twitter.
Salve, Rodrigo. A Jaque comentou que você tinha publicado texto sobre essa foto, gostei. E ainda bem que você não fez como o UOL, que falou que as moças eram... gordinhas. GORDINHAS onde? São todas lindas! Abraço.
Olá, sou amiga da Jacque!
Realmente as pessoas exageram ao seguirem os padrões da beleza.
Infelizmente muitas meninas se sentem tão infelizes consigo mesmas, que acabam seguindo os errados modos de se viver.
Eu sou modelo,alta e magra. Não sou do tipo raquítica, até porque isso é ridículo.
Acho que há outros modelos a serem seguidos: o da bondade, da educação, do respeito e o amor ao próximo. Já o modo físico de ser seguido,penso da seguinte forma: cada um deve se aceitar e ser feliz do jeito que é. Se não nos amarmos, quem é quem vai?
Bjubju =*
Perfeita sua colocação, Rodrigo.
Essas modelos da capa não são gordas, são reais e se a realidade for mais cheinha do que gostaríamos, então que façamos dieta, mas com qualidade e não aquelas radicais que acabam com a saúde de qualquer um.
Só mais um detalhe: assim como você, percebi também que ao vivo as pessoas são infinitamente mais magras do que já parecem na TV. Então, imagine como não está a Thaís Araújo que, para interpretar uma modelo (mais uma Helena do Manoel Carlos),teve que emagrecer horrores?!
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