sábado, março 12, 2005

Negro e pobre freqüentam universidade federal

Não é bem isso o que eu via nos meus tempos de universidade pública, mas, enfim, o que é uma constatação individual frente à precisão fria das estatísticas? Mas seria interessante ver em que cursos essas pessoas se concentram.
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http://www.primeiraleitura.com.br/auto/leia.php?id=41520

Pesquisa mostra que acesso às instituições federais de ensino
superior existe mesmo sem política de cotas



Pesquisa realizada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos
Comunitários e Estudantis (Fonaprace) e pela Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes),
com o apoio do Ministério da Educação, mostra que boa parte dos
estudantes pobres têm acesso ao ensino público superior e que a
proporção de negros e pardos nas universidades federais é semelhante
à registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) na população do país.

O levantamento, que ouviu 34 mil alunos de 47 universidades públicas
federais, mostra que 42,8% dos estudantes dessas instituições têm
renda familiar até R$ 927 e que 46,2% fizeram o ensino médio em
escolas públicas. "Ao contrário do que muitos acreditam, do mito que
existe, a maior parte dos estudantes das universidades públicas são
das classes C, D e E", afirmou a pesquisadora Thèrèse Hofmann ao
Jornal Nacional.

A pesquisa investigou também como são os estudantes universitários.
Quando indagados sobre a cor da pele, as respostas mostraram que a
quantidade de pretos, pardos e brancos nas instituições públicas de
ensino superior segue praticamente a mesma proporção de habitantes
das cidades do Brasil.

O critério foi o mesmo adotado pelo IBGE: a autodeclaração. Assim,
declararam-se pretos 5,9% dos estudantes, exatamente o mesmo
percentual de pessoas que se autodefiniram como negras na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2003, do IBGE. Os
estudantes brancos somaram 59,4% do total, pouco mais do que os
52,1% registrados pela Pnad. E disseram-se pardos 28,3% dos alunos
entrevistados. De acordo com o IBGE, 41,4% da população brasileira é
parda.

"O que a pesquisa mostra é que existe, sim, um acesso de negros e
pardos nas universidades, nas instituições federais de ensino
superior. É um mito de que o acesso só é dado a estudantes brancos.
Existe, sim, esse acesso. As características da população
universitária são muito semelhantes às características da população
onde a universidade está localizada", afirmou Ana Maria Nogales,
professora da Universidade de Brasília. O levantamento, no entanto,
não mostrou a proporção de pretos, pardos e brancos por cursos.

O Ministério da Educação considerou o resultado da pesquisa
positivo, mas informou que manterá a política de cotas para as
universidades. O governo determinou a reserva de parte das vagas
para índios, afro-descendentes e estudantes de escolas públicas.

"Representa um avanço dos negros, do seu movimento, da sua
consciência, da sua cidadania. Mas a pesquisa revela um problema com
relação aos pardos, e portanto, esta política não é apenas para a
população negra. Mas para todos os afro-descendentes", justificou
Jairo Jorge, secretário- executivo adjunto do MEC.

Os dados do 2º Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de
Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), que
serão divulgados na segunda-feira, foram antecipados pelo Jornal
Nacional na noite desta sexta. A da pesquisa visa a oferecer
subsídios para a definição de políticas para o ensino superior
público no Brasil.

O atual levantamento atualiza os dados do primeiro trabalho,
realizado no segundo semestre de 1996. Na época, foram pesquisados
328 mil alunos, e a pesquisa identificou que 44% dos estudantes
matriculados vinham de famílias das classes C, D e E e que 14% deles
demandavam programas de assistência para poder concluir o curso
superior.

Um comentário:

Anônimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado