Nós, a gente comum das ruas, não vemos a solidão como a
ausência do mundo, mas como a presença de Deus.
Encontrando-o em todos os lugares que criam nossa solidão.
Para nós, estar verdadeiramente sozinhos significa participar
da solidão de Deus.
Deus é tão grande que nada pode achar espaço em qualquer
lugar que não dentro dele.
Para nós, o mundo inteiro é como um encontro face a face com
aquele de quem não podemos escapar.
Nós encontramos sua causalidade viva bem ali nas esquinas
das ruas cheias.
Nós encontramos sua pegada sobre a terra.
Nós encontramos sua Providência nas leis da ciência.
Nós encontramos Cristo em todos estes “pequeninhos que a ele
pertencem”: os que sofrem no corpo, os que estão entediados, os que estão em
apuros, os que sangram, os que estão necessitados.
Nós encontramos Cristo rejeitado no pecado que usa mil
faces.
Como poderíamos simplesmente ter a coragem de debochar
dessas pessoas ou de odiá-las, esta multidão de pecadores em quem esbarramos?
A solidão de Deus na caridade fraternal; ela é Cristo
servindo Cristo, Cristo naquele que está servindo e Cristo naquele que está
sendo servido. Como poderia o apostolado ser uma desperdício de energia ou uma
distração?
Fonte: DELBREL, Madeleine. We, the Ordinary People of the Streets (Ressourcement: Retrieval & Renewal in Catholic Thought) (Locais do Kindle 751-758). Edição do Kindle.
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