E de repente o próprio conceito de vaidade intelectual ou mesmo o ideal do "gênio" soam ridículos:
"Apreciar a natureza comunitária do conhecimento pode revelar os vieses em como nós vemos o mundo. As pessoas amam os heróis. Nós glorificamos a força, o talento, a beleza. Nossos filmes e livros idolatram personagens que, como o Superman, podem salvar o planeta sozinhos. Os dramas televisivos apresentam detetives brilhantes e sutis que desvendam o crime e fazem a climática prisão final após um lampejo de percepção. Os indivíduos levam o crédito pelas grandes descobertas. Marie Curie é tratada como se tivesse trabalhado sozinha para descobrir a radioatividade, Newton como se tivesse descoberto as leis do movimento dentro de uma bolha. Todos os sucessos dos mongóis nos séculos XII e XIII são atribuídos a Genghis Khan, e todos os males de Roma na época de Jesus são frequentemente identificados com uma única pessoa, Pôncio Pilatos.
A verdade é que, no mundo real, ninguém opera em um vácuo. Os detetives têm equipes que fazem reuniões e pensam e agem como um grupo. Cientistas não apenas possuem laboratórios com estudantes que contribuem com ideias cruciais, mas também têm colegas, amigos e rivais que fazem trabalhos similares e pensam de forma similar, e sem os quais o cientistas não chegaria a lugar algum. E ainda existem outros cientistas que trabalham em questões diferentes, às vezes em campos diferentes, mas que mesmo assim abrem o caminho com seus achados e ideias. Uma vez que comecemos a considerar que o conhecimento não está todo na cabeça, [mas] que é compartilhado dentro de uma comunidade, nossos heróis mudam. Em vez de focar no indivíduo, começamos a focar em uma grupo mais amplo.”
Steven Sloman. The Knowledge Illusion (Kindle Locations 255-266). Penguin Publishing Group. Kindle Edition.
https://www.amazon.com/Knowledge-Illusion-Never-Think-Alone/dp/039918435X/ref=tmm_hrd_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=1490409591&sr=1-1
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